Anticoncepcional engorda? Entenda a relação entre a “pílula” e o ganho peso!

A questão “anticoncepcional engorda?” é bastante comum e cercada de mitos. Antes de tudo, é importante compreender que o anticoncepcional é um método contraceptivo cujo objetivo principal é evitar a gravidez, atuando por meio do controle dos níveis hormonais. No entanto, não há um tipo único de anticoncepcional: existem diversas formulações e formas de uso, cada uma delas com características próprias e potenciais efeitos distintos sobre o organismo, incluindo a influência no peso.

Neste texto, focaremos especificamente nos anticoncepcionais orais, analisando evidências científicas e ressaltando pontos fundamentais para que você faça a melhor escolha de acordo com seu perfil. Em outros posts abordamos métodos diferentes, como DIU, implantes, injeções, adesivos e anéis vaginais, pois compreendemos que cada opção requer atenção individualizada.

É importante lembrar que a definição do método contraceptivo ideal deve ser feita em conjunto com um médico de confiança, respeitando a individualidade e as necessidades de cada paciente. Se você busca uma avaliação médica especializada para identificar o anticoncepcional mais adequado ao seu caso e, assim, manter o equilíbrio entre saúde, bem-estar e controle do peso, posso ajudar. 

Sou Guilherme Adami, médico, residente em Medicina do Esporte pelo HCFMUSP e especialista no tratamento para perda de peso. Atendo presencialmente em São Paulo e também online em todo o Brasil.

Abaixo, você encontrará o sumário do post com todos os tópicos que iremos abordar:

Sumário

1. O que é o anticoncepcional oral e como ele funciona?

Os anticoncepcionais orais, popularmente conhecidos como pílulas, são medicamentos utilizados para prevenir a gravidez. Eles podem conter um ou dois tipos de hormônios: apenas progesterona ou uma combinação de progesterona e estrogênio. 

Esses hormônios atuam modulando o ciclo hormonal feminino, mantendo níveis constantes no organismo e, assim, impedindo a ovulação. Sem a liberação de um óvulo, não há possibilidade de fecundação, tornando o método eficaz na prevenção da gestação.

1.1. O ciclo hormonal feminino e a função dos hormônios

Gráfico do ciclo menstrual mostrando a variação de estrogênio e progesterona, ajudando a entender se o anticoncepcional engorda.

Como mostrado na imagem acima, o organismo feminino possui um ciclo hormonal complexo e dinâmico, com variações nos níveis de estrogênio e progesterona ao longo do mês. O estrogênio desempenha um papel essencial no desenvolvimento das características sexuais femininas e na preparação do endométrio para uma possível gestação, enquanto a progesterona contribui para a manutenção do endométrio e regula o ciclo, garantindo condições ideais para a fertilização e gravidez.

O uso de anticoncepcionais modifica esse ciclo natural, mantendo os níveis hormonais mais estáveis. Essa regulação impede a ovulação e, consequentemente, a gravidez.

Embora o objetivo principal do anticoncepcional seja inibir a ovulação, seus efeitos vão além. Essa alteração hormonal pode causar diversas mudanças no corpo feminino, como a redução das cólicas menstruais, o controle de irregularidades no ciclo, alterações no apetite, variações no humor, mudanças na libido e, em algumas mulheres, modificações no peso corporal. Esses efeitos dependem tanto da composição do anticoncepcional quanto das características individuais de cada paciente.

1.2. Os componentes dos anticoncepcionais orais e como eles impactam o corpo

Os anticoncepcionais orais, em sua maioria, são compostos por dois tipos de hormônios: o estrogênio e a progestina. O estrogênio presente nesses medicamentos é quase sempre o etinilestradiol, que não está associado ao ganho de peso, enquanto a progestina varia conforme o tipo de anticoncepcional. Essa combinação hormonal é o que define grande parte dos efeitos e características das pílulas.

Então o anticoncepcional engorda?

É importante destacar que nenhum anticoncepcional contém calorias, ou seja, por si só, ele não causa ganho de peso diretamente. No entanto, algumas progestinas estão associadas ao aumento de peso devido à retenção de líquidos ou a alterações no apetite, efeitos que podem variar de acordo com a composição hormonal e as características individuais de cada mulher.

2. As gerações de progestinas e seus impactos no organismo feminino

As progestinas foram desenvolvidas com o objetivo de inibir a ovulação e trazer maior eficácia aos anticoncepcionais, ao mesmo tempo em que minimizam efeitos colaterais. Inicialmente, as pílulas utilizavam progestinas de primeira geração, como a noretisterona. Embora funcionais, essas primeiras versões estavam associadas a efeitos adversos, como retenção de líquidos, alterações de humor e ação androgênica, que podia resultar em acne e aumento da oleosidade da pele.

Com os avanços nas pesquisas, novas gerações de progestinas foram criadas, incluindo as de segunda, terceira e quarta gerações. Cada uma delas apresenta perfis específicos de ação e diferentes impactos no organismo, influenciando aspectos como peso, retenção de líquidos, pele e bem-estar emocional.

Essas variações nos componentes dos anticoncepcionais orais são essenciais para entender como cada tipo de pílula funciona e seus efeitos no corpo. Nos próximos tópicos, serão exploradas as características das progestinas e como elas influenciam no peso feminino.

3. Anticoncepcionais associados ao ganho de peso:

Entre as progestinas utilizadas nos anticoncepcionais, algumas estão mais frequentemente associadas ao ganho de peso. Isso pode ocorrer devido a dois mecanismos principais: o aumento do apetite, que leva a uma maior ingestão calórica, e a retenção de líquidos, que pode causar inchaço e aumento transitório de peso corporal. Esses efeitos variam de acordo com a composição hormonal do medicamento e a sensibilidade individual de cada paciente.

3.1. Acetato de medroxiprogesterona (Depo-Provera; Contracep; Depo-Clinovir) causa ganho de peso?

O acetato de medroxiprogesterona, mais conhecido pela sigla DMPA, é um progestágeno geralmente utilizado em anticoncepcionais injetáveis de aplicação trimestral. 

Essa progestina é frequentemente associada ao ganho de peso, principalmente em usuárias que relatam aumento do apetite após o início do uso. Além disso, ela também pode causar retenção de líquidos, contribuindo ainda mais para o aumento do peso em algumas mulheres.

Apresentações comerciais

O DMPA é encontrado em anticoncepcionais injetáveis de uso trimestral, como:

  • Depo-Provera
  • Contracep
  • Depo-Clinovir
E por via oral com o nome Provera.

3.2. Acetato de megestrol causa ganho de peso?

O acetato de megestrol é uma progestina menos comum em anticoncepcionais, mas amplamente utilizada em contextos específicos, como terapias de preservação da fertilidade para hiperplasia endometrial atípica complexa e câncer de endométrio. Ele está associado a um ganho de peso significativo, principalmente em comparação com outros métodos, como o dispositivo intrauterino de levonorgestrel (LNG-IUD). Esse efeito é amplificado pelo aumento do apetite induzido pelo medicamento.

Apresentações comerciais

Embora o acetato de megestrol não seja amplamente utilizado em anticoncepcionais tradicionais, ele está presente em medicamentos para condições específicas, como:

  • Megace
  • Megestrol Acetate Oral Suspension

4. Anticoncepcionais associados a perda de peso:

Entre as progestinas utilizadas nos anticoncepcionais orais, a drospirenona se destaca por suas propriedades antimineralocorticoides, que ajudam a reduzir a retenção de líquidos no organismo. Essa característica pode levar a uma leve diminuição do peso corporal, especialmente quando comparada a outras progestinas que não possuem essa ação específica. 

O efeito antimineralocorticoide da drospirenona funciona diminuindo a retenção de sal e água no organismo, aliviando o inchaço e proporcionando uma sensação de leveza. Isso faz com que ela seja uma escolha interessante para mulheres que se preocupam com alterações de peso relacionadas ao uso de anticoncepcionais.

Apresentações comerciais

As principais apresentações comerciais de anticoncepcionais que contêm drospirenona incluem:

  • Yaz
  • Yasmin
  • Elani Ciclo
  • Stezza

Esses medicamentos são amplamente utilizados e podem ser uma boa alternativa para mulheres que buscam um contraceptivo com menor impacto no peso corporal. Entretanto, a escolha do anticoncepcional ideal deve ser feita com orientação médica, considerando as necessidades e características individuais de cada paciente.

5.Escolhendo o anticoncepcional ideal: quando o ganho de peso não é culpa da medicação

Se você usou um anticoncepcional e notou ganho de peso, mesmo que ele não esteja diretamente associado a esse efeito, a questão pode não ser a medicação em si, mas sim o fato de que ela pode não ser a mais adequada para você. Cada mulher é única, e o impacto dos anticoncepcionais no corpo vai muito além do peso, afetando aspectos que podem influenciar diretamente na autoestima e no autocuidado.

Entre as progestinas que não foram mencionadas neste texto, é importante destacar que não interferem diretamente no peso. Entretanto, essas pílulas podem ter ações importantes em outras áreas. 

Por exemplo, algumas possuem um efeito antiandrogênico, que ajuda a reduzir a acne, melhorar a oleosidade da pele e diminuir a retenção de líquidos, gera em algumas mulheres uma melhora significativa na autoestima. Essa sensação de bem-estar pode até facilitar a perda de peso. Por outro lado, para outras mulheres, esse mesmo anticoncepcional pode causar uma discreta redução na libido, impactando negativamente a autoestima e, consequentemente, o autocuidado, e com isso levar ao ganho de peso.

O inverso também pode ocorrer. Pílulas com efeito androgênico podem aumentar a oleosidade da pele, causar acne e gerar insegurança, afetando a autoestima. Isso, por sua vez, pode influenciar o autocuidado e levar ao ganho de peso, mesmo sem um impacto hormonal direto. 

Além disso, outras características dos anticoncepcionais, como ausência de menstruação ou ocorrência de sangramentos de escape, podem ser percebidas de maneira positiva por algumas mulheres e negativa por outras, dependendo de como cada uma lida com essas alterações. Essas questões, ao afetarem o bem-estar emocional, podem contribuir para mudanças no peso, mesmo que indiretamente.

Portanto, o ganho de peso não é “culpa” do anticoncepcional, mas sim do uso de uma medicação que talvez não seja a ideal para você. A escolha do anticoncepcional mais adequado é altamente individual e deve levar em conta diversos fatores físicos, hormonais e emocionais. Não é possível determinar a melhor pílula para perda de peso em um texto de blog, pois essa decisão deve ser feita com base na avaliação de cada mulher.

Se você está buscando o anticoncepcional mais adequado para suas necessidades e objetivos, agendar uma consulta é o primeiro passo. Eu posso te ajudar nessa escolha, considerando sua saúde, estilo de vida e expectativas. Agende uma consulta comigo, Dr. Guilherme Adami, médico residente em Medicina do Esporte pelo HCFMUSP, especialista em saúde e bem-estar. Atendo presencialmente em São Paulo e online para todo o Brasil. Vamos encontrar juntos a melhor solução para você!

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