Critérios Técnicos de Qualidade do Exame
Antes de interpretar os números, é fundamental verificar se a espirometria foi tecnicamente adequada. Isso envolve avaliar dois aspectos principais:
- Aceitabilidade das manobras: Cada manobra deve ser bem executada, sem artefatos. Critérios de aceitabilidade incluem: início rápido (volume retroextrapolado < 5% da CVF ou 100 mL) com pico de fluxo atingido em < 150 ms, sem tosse no primeiro segundo da expiração, sem fechamento glótico precoce, sem vazamentos ou obstrução do bocal, e com término em platô expiratório (variação de volume < 25 mL em 1 segundo no final da expiração) ou duração expiratória ≥ 6 segundosscielo.br. Se o paciente não atingir um platô mas exalar ≥ 10 segundos, a manobra pode ser considerada aceitável em adultosscielo.br.
- Reprodutibilidade: Devem ser obtidas pelo menos três manobras aceitáveis, e os valores de CVF e VEF₁ das duas melhores manobras não devem diferir mais que 150 mL entre si (100 mL se a CVF for ≤ 1,0 L)thoracic.org. Idealmente, não mais que 8 tentativas são realizadas, pois tentativas excessivas geralmente não melhoram a qualidadescielo.br. A consistência do pico de fluxo (PFE) também é avaliada – variação ≤ 10% entre as manobras sugere esforço consistentescielo.br.
Dica: No laudo, deve-se mencionar a qualidade do exame, por ex.: “Espirometria de boa qualidade técnica (manobras aceitáveis e reproduzíveis) dentro dos critérios ATS/ERS/SBPT.” Se a qualidade for subótima (ex.: cooperação limitada, variabilidade alta), isso deve ser registrado, pois resultados podem não refletir fielmente a função pulmonar.
Parâmetros Espirométricos Básicos Analisados
Uma espirometria avalia volumes e fluxos pulmonares. Os parâmetros básicos que constam no laudo e seus significados são:
- CVF (Capacidade Vital Forçada): volume total de ar que o paciente consegue exalar forçadamente após uma inspiração máxima. Representa a capacidade ventilatória máxima, podendo estar reduzida em restrições pulmonares ou em obstruções muito graves com aprisionamento de ar.
- VEF₁ (Volume Expiratório Forçado no 1º segundo): volume de ar expirado no primeiro segundo da CVF. É uma medida de fluxo das grandes vias aéreas e reflete quão rapidamente o ar pode ser expirado. O VEF₁ reduzido indica obstrução ao fluxo de ar ou, menos frequentemente, restrição pulmonar grave.
- Índice VEF₁/CVF (Relação de Tiffenau): proporção do volume expirado no primeiro segundo em relação à capacidade vital forçada total. É o parâmetro mais importante para identificar obstrução das vias aéreasscielo.br. Valores baixos (abaixo do limite inferior da normalidade – LLN*, definido pelo 5º percentil) indicam obstrução ao fluxo aéreoscielo.br. Valores normais ou altos (≥ LLN) com CVF baixa sugerem padrão restritivo.
- FEF25-75% (Fluxo Expiratório Forçado Médio entre 25–75% da CVF): representa o fluxo médio no terço médio da expiração forçada, associado às pequenas vias aéreas. Embora seja muito estudado, apresenta alta variabilidade interindividual e amplitude normal amplascielo.br. Não deve ser usado isoladamente para definir obstrução, mas uma redução acentuada do FEF25-75% em um paciente com VEF₁ normal pode sugerir comprometimento inicial de vias aéreas pequenas (especialmente em pacientes jovens ou asmáticos) e merece atenção se houver sintomasscielo.brscielo.br.
- PFE (Pico de Fluxo Expiratório): maior fluxo alcançado na manobra expiratoria forçada. Depende do esforço inicial do paciente e das grandes vias aéreas. Útil para verificar esforço e cooperação (PFE muito baixo pode indicar esforço submáximo), mas não é critério primário de diagnóstico. Pode estar reduzido em obstruções altas ou falta de esforço adequado.
* Nota: LLN (Lower Limit of Normal) – Limite Inferior da Normalidade – corresponde ao valor abaixo do qual apenas 5% da população saudável apresentaria resultados. Por isso, usar LLN é mais preciso do que utilizar um corte fixo de 80% do previsto para normalidadescielo.br. Valores ligeiramente abaixo do LLN devem ser interpretados com cautela e contexto clínico, pois até 5% dos saudáveis podem cair abaixo desse limitescielo.br.
Etapas da Interpretação Espirométrica
A interpretação deve seguir uma sequência lógica conforme diretrizes nacionais (SBPT) e internacionais (ATS/ERS)scielo.br:
- Verificar a Qualidade Técnica: Confirmar se o exame atende aos critérios de qualidade mencionados. Nunca interpretar números isoladamente sem confiança na qualidade. Se o teste for de baixa qualidade (ex.: poucas manobras aceitáveis, grande variabilidade), deve-se ressalvar no laudo que os resultados podem não ser confiáveisscielo.br.
- Identificar Anormalidades Ventilatórias: Avaliar se os resultados sugerem algum distúrbio ventilatório ou se estão dentro da normalidade. Valores de VEF₁, CVF e da relação VEF₁/CVF iguais ou acima do LLN indicam função pulmonar dentro dos limites normaisthoracic.org. Já qualquer redução significativa (abaixo do LLN) em algum desses parâmetros sugere anormalidade que requer classificação. Lembrando que para população em geral costuma-se considerar aproximadamente 80-120% do previsto como faixa normal de VEF₁ e CVFthoracic.org, mas o ideal é usar LLN calculado para idade, sexo, altura e etnia.
- Determinar o Tipo de Distúrbio (Obstrutivo, Restritivo ou Misto): Caso a espirometria esteja fora da normalidade, o próximo passo é definir o padrão fisiopatológico:
- Distúrbio Obstrutivo: definido por redução da relação VEF₁/CVF abaixo do LLN (pós-BD, se broncodilatador foi administrado)scielo.br. É o achado típico em asma, DPOC e bronquiectasias, por exemplo. A CVF nesses casos pode estar normal nos obstrutivos leves, mas frequentemente nos obstrutivos moderados/graves há diminuição da CVF devido ao aprisionamento de ar (esvaziamento incompleto dos pulmões no tempo máximo de esforço)scielo.br.
- Distúrbio Restritivo (presumido): suspeitado quando a CVF está abaixo do LLN e a relação VEF₁/CVF está normal ou elevadascielo.br. Sugere redução dos volumes pulmonares totais, como ocorre em doenças pulmonares intersticiais fibróticas, pneumonectomia ou distúrbios neuromusculares. Importante: a espirometria não confirma restrição, ela apenas levanta a suspeita. A confirmação diagnóstica requer medida da Capacidade Pulmonar Total (CPT) < LLN por pletismografia ou outro método de volumes pulmonaresscielo.br. Portanto, o laudo nesses casos deve dizer “sugestivo de padrão restritivo” e, se possível, recomendar a avaliação dos volumes pulmonares para confirmação.
- Distúrbio Misto: quando há obstrução + redução de capacidade vital simultaneamente – ou seja, relação VEF₁/CVF < LLN e CVF < LLN. Esse padrão indica que coexistem componentes obstrutivos e restritivos no mesmo paciente (ex.: DPOC com fibrose pulmonar). No entanto, deve-se ter cuidado: obstruções muito graves podem cursar com CVF baixa por aprisionamento de ar, simulando um padrão misto. As diretrizes recomendam medir a CPT para distinguir um verdadeiro distúrbio misto de uma obstrução grave com possível pseudorrestriçãoscielo.br. Em caso de padrão misto, o laudo pode descrever “sugere distúrbio ventilatório misto” e igualmente indicar a confirmação dos volumes pulmonares (CPT baixa confirmará restrição concomitante).
- Classificar a Gravidade: Definir o grau de comprometimento fornece informação prognóstica e de manejo. A gravidade é quantificada principalmente para distúrbios obstrutivos com base no VEF₁ % do valor previsto (pós-broncodilatador, se realizado)scielo.br. Diferentes organizações propõem pontos de corte variados. As diretrizes brasileiras SBPT (2024) sugerem três graus de obstrução:
- Leve: VEF₁ ≥ 60% do previsto;
- Moderado: VEF₁ entre 41–59%;
- Acentuado (Grave): VEF₁ ≤ 40% do previstoscielo.br.
- leve (VEF₁ ≥ 80%),
- moderado (50–79%),
- grave (30–49%) e
- muito grave (< 30%)thoracic.org.
- Avaliar Resposta ao Broncodilatador: Se o exame incluiu prova broncodilatadora (administrou-se um β2-agonista de curta ação e repetiu-se a espirometria), verificar se houve reversibilidade significativa. Pelos critérios ATS/ERS/SBPT, considera-se resposta broncodilatadora significativa um aumento de ≥ 12% e ≥ 200 mL no VEF₁ ou na CVF em relação aos valores basaisthoracic.org. Por exemplo, um VEF₁ que passa de 1,5 L para 1,8 L (+300 mL) representa +20% – resposta positiva. Deve-se reportar no laudo o grau de melhora em valores absolutos (mL) e percentuais. Caso não haja resposta, relata-se “ausência de resposta significativa ao broncodilatador”. Lembrar que a ausência de reversibilidade no teste não exclui utilidade clínica de broncodilatadores, significa apenas que não houve mudança substancial naquela medida únicathoracic.org. Já uma resposta marcante sugere forte componente reversível (como asma), mas mesmo em DPOC pode ocorrer alguma melhora.
Principais Padrões Espirométricos e seus Critérios
Para sintetizar os critérios diagnósticos dos padrões encontrados na espirometria, a tabela a seguir resume os achados chave conforme as diretrizes:
Padrão | Critérios Espirométricos |
---|---|
Normal | VEF₁, CVF e relação VEF₁/CVF dentro dos limites da normalidade (≥ LLN). Valores típicos ≥ 80% do previsto (ajustado para idade, sexo, altura)thoracic.org. Curva fluxo-volume com pico único e declínio linear suave. |
Obstrutivo | VEF₁/CVF < LLN (ou < 0,70 fixo, critério GOLD) indicando limitação ao fluxo aéreoscielo.br. VEF₁ geralmente reduzido. CVF pode estar normal em obstrução leve, mas tende a reduzir em obstruções moderadas/graves devido ao esvaziamento incompletoscielo.br. Curva fluxo-volume com concavidade expiratória típica (fluxo reduzido especialmente no fim da expiração). |
Restritivo | CVF < LLN com VEF₁/CVF normal ou elevadoscielo.br. Sugere redução dos volumes pulmonares (possível restrição). Confirmar com CPT < LLN em pletismografia para diagnóstico definitivoscielo.br. VEF₁ reduzido aproximadamente na mesma proporção que a CVF (FEV1% pred ~ FVC% pred). Curva fluxo-volume geralmente estreitada em amplitude, sem concavidade marcada. |
Misto | VEF₁/CVF < LLN e CVF < LLN simultaneamente. Indica componente obstrutivo e restritivo no mesmo exame. Requer investigação de volumes pulmonares para confirmar restrição real vs. obstrução grave com aprisionamentoscielo.br. A curva fluxo-volume pode mostrar redução global de fluxos e volumes. |
Nota: O uso do LLN (limite inferior) baseado em equações de referência nacionais é preferível para evitar erros de classificação por idadescielo.br. O critério fixo de VEF₁/CVF < 0,70 (GOLD) é simples, porém pode subdiagnosticar obstrução em jovens e sobrediagnosticar em idososscielo.br. Por isso, ATS/ERS desde 2005 e a SBPT recomendam LLN para definir obstruçãoscielo.br. No Brasil, devem-se usar valores de referência validados para nossa população (ex.: Pereira et al., 2007)scielo.brscielo.br, indicados no laudo.
Estrutura e Linguagem Recomendada do Laudo
Um laudo de espirometria deve ser claro, conciso e informativo, de forma que o médico solicitante entenda rapidamente os achados. A seguir, sugerimos uma estrutura típica e exemplos de linguagem:
- Identificação do exame e qualidade: Inicie indicando se o exame foi adequadamente executado. Exemplo: “Espirometria realizada com cooperação satisfatória, três manobras aceitáveis e reprodutíveis (qualidade grau A).” Caso haja alguma limitação: “Espirometria de qualidade subótima devido a esforço inconsistente, interpretar resultados com cautela.”
- Valores obtidos vs previstos: Apresente os principais parâmetros com seus valores absolutos e percentuais do previsto. Isso pode ser feito em frase corrida ou em formato de tabela no laudo. Por exemplo: “CVF = 3,10 L (80% do previsto), VEF₁ = 2,45 L (75% do prev), relação VEF₁/CVF = 0,79 (LLN = 0,75).” Inclua também FEF25-75% e PFE se julgado relevante, por ex.: “FEF25-75% = 1,8 L/s (50% do prev), PFE = 6,0 L/s (85% do prev).”
- Interpretação do padrão e gravidade: Em seguida, forneça a conclusão interpretativa. Seja objetivo e use terminologia padronizada. Exemplos:
- “Prova ventilatória normal, sem evidências de obstrução ou restrição.”
- “Distúrbio ventilatório obstrutivo moderado (VEF₁ 55% do previsto, relação VEF₁/CVF reduzida).”
- “Redução importante dos volumes pulmonares, sugerindo distúrbio restritivo grave (CVF 45% do previsto, VEF₁/CVF normal). Recomenda-se confirmação com pletismografia.”
- Para padrão misto: “Distúrbio ventilatório misto: obstrução ao fluxo aéreo (VEF₁/CVF baixo) associada a redução da capacidade vital (CVF 60% do previsto).”
- Resposta broncodilatadora: Se aplicável, inclua uma frase sobre isso. Exemplo: “Houve resposta broncodilatadora significativa com aumento do VEF₁ de 15% (250 mL) após broncodilatador, sugerindo importante reversibilidade.” Ou, “Não se observou resposta significativa ao broncodilatador.” Sempre quantificar a variação (% e mL)thoracic.org.
- Comentário final (se necessário): Pode-se adicionar orientações ou correlação clínica se relevante. Ex.: “Correlacionar os achados com a clínica do paciente. Valores limítrofes devem ser interpretados considerando sintomas e histórico.” Se o teste foi limitado: “Resultados possivelmente subestimados pela aprendizagem do paciente; repetir exame se discordância clínica.” Em casos de restrição suspeita: “Confirmação de padrão restritivo recomendada com medida de volumes pulmonares (CPT).”
Exemplo de Laudo na Prática:
Espirometria de boa qualidade técnica. CVF = 3,0 L (70% do previsto), VEF₁ = 2,1 L (60% do prev), relação VEF₁/CVF = 0,70 (LLN = 0,75). Conclusão: Prova ventilatória com distúrbio obstrutivo moderado (VEF₁ 60% do previsto, VEF₁/CVF abaixo do normal). Houve resposta broncodilatadora positiva (↑VEF₁ de 18% e 250 mL), compatível com reversibilidade do fluxo aéreo.thoracic.org
Esse modelo de laudo demonstra todos os elementos: qualidade, resultados numéricos com % do previsto, interpretação do padrão e gravidade, e informações sobre broncodilatador. A linguagem deve ser objetiva e em termos padronizados (distúrbio obstrutivo/restritivo, leve/moderado/grave, resposta significativa etc.), conforme as diretrizes. Assim, o médico que solicitou o exame consegue entender rapidamente a função pulmonar do paciente e quais próximos passos seguir (tratamento broncodilatador, investigação complementar de volumes, etc.), baseando-se em um laudo claro e tecnicamente embasado pelas recomendações vigentesscielo.brscielo.br.
Referências: Diretrizes SBPT 2024scielo.brscielo.brscielo.br; Padrões ATS/ERSthoracic.orgthoracic.orgthoracic.org, entre outras, conforme citadas ao longo do texto. Todas as recomendações devem ser integradas ao contexto clínico do paciente para uma interpretação adequada dos resultadosscielo.br.
Citações
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