A produção de testosterona é controlada a partir do que chamamos de eixo Hipotálamo-Pituitária-Testículo (eixo HPT). Em indivíduos normais, o hipotálamo atua produzindo um hormônio chamado de GnRH o qual estimula a hipófise a produzir de LH e FSH. Esses dois hormônios, por sua vez, atuam diretamente no testículo estimulando a produção de testosterona e espermatozoides.
Em situações em que o hipogonadismo é causado por uma disfunção testicular, temos aquilo que chamamos de hipogonadismo primário. Por sua vez, caso exista algum fator externo ao testículo inibindo a produção de GnRh ou LH, desenvolvemos um quadro de hipogonadismo secundário.
A síndrome MOSH também chamada de Male Obesity Associated Secondary Hypogonadism nada mais é do que uma condição clínica em que o homem desenvolve um quadro de hipogonadismo secundário ao quadro de obesidade.
A fisiopatologia que explica essa condição é extremamente complexa e envolve uma série de vias metabólicas. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que a causa principal desse distúrbio fosse devido ao excesso de gordura aumentar a conversão de testosterona em estrogênio; e, com isso, o aumento do estrogênio realizar uma inibição do eixo HTP.
Apesar de esse mecanismo fazer parte da fisiopatologia da doença, sabemos hoje que outros fatores contribuem com a gênese da síndrome. Como por exemplo, pacientes obesos apresentam um aumento de um hormônio chamado de leptina, a qual age inibindo a pulsatilidade do hormônio LH; e, por consequência, diminui a produção de testosterona. Além disso, outros mecanismos envolvendo a diminuição da ligação do SHBG fazem parte do quadro.
Sendo assim, o homem com síndrome de MOSH apresenta um quadro de hipogonadismo secundário (ou seja, testosterona e LH baixos) associado a obesidade.
Um ponto que deve ser destacado nessa doença, é que em boa parte dos casos o quadro de hipogonadismo pode ser totalmente revertido com a perda de peso.
Sendo assim, frente a esse diagnóstico, além de tratarmos incialmente o quadro com testosterona ou mesmo clomifeno, o início de uma dieta adequada associada a treinamento físico é algo fundamental, uma vez que essas medidas contribuirão com a resolução do fator causal da patologia.
Você já tinha ouvido falar dessa síndrome? Então comenta aqui embaixo o que achou do post!
Referências
10.1038/s41366-018-0105-2
10.1530/EJE-21-0473
10.1530/EJE-12-0955