Alopecia androgênica: Existe tratamento?

A alopecia androgênica é um distúrbio que consiste na perda de cabelo devido a ação do hormônio diidrotestosterona (DHT). O DHT é formado a partir da conversão da testosterona pela enzima 5 alfa redutase, sendo um processo fisiológico em nosso corpo. A partir disso, o hormônio atua entre outras coisas induzindo a miniaturização dos folículos capilares, gerando em última análise queda de cabelo progressiva.

Essa conversão hormonal de testosterona em DHT é algo normal e fisiológico, tornando a alopecia androgênica uma doença extremamente comum, acometendo homens e mulheres, atingindo cerca de 58% dos homens acima dos 50 anos. Além disso, sabe-se que indivíduos pré-dispostos podem ter queda de cabelo acelerada quando em uso exógeno de testosterona, seja em TRT ou mesmo em uso de doses supra fisiológicas.

A partir disso, sendo essa uma doença comum que apesar de benigna interfere na estética e autoestima masculina e feminina, estudar tratamentos efetivos para o tratamento dessa patologia se faz algo necessário. Pensando nisso, hoje vou te apresentar os resultados de 3 meta análises que avaliaram a eficácia de uma série de medicamentos no tratamento da alopecia androgênica.

Uma série de medicamentos se provaram eficazes no tratamento da alopecia androgênica e o primeiro que falaremos aqui hoje é o uso tópico de Minoxidil 5% na população masculina e 2% na feminina.  Essa droga atua estimulando a microcirculação em torno do folículo piloso e com isso promove crescimento capilar.

Outro grupo de drogas estudadas são os inibidores da enzima 5 alfa redutase como a finasterida e a dutasterida. Devido ao seu potencial de diminuir a conversão da testosterona em DHT, elas são capazes de atenuar a queda capilar. Além disso, estudos iniciais sugerem que o Saw Palmetto também seria capaz de diminuir a queda capilar pelos mesmos mecanismos fisiopatológicos já citados.

Vale ressaltar que os inibidores da 5 alfa redutase podem ser utilizadas no tratamento selecionado de alguns pacientes que realizam o uso de testosterona e apresentam o quadro de alopecia androgênica, uma vez que auxiliaram na diminuição do DHT. Entretanto, é importante saber que eles se tornam ineficazes no tratamento em usuários de medicações derivadas do DHT, como oxandrolona, por exemplo, uma vez que essas medicações não são convertidas pela enzima 5 alfa redutase.

Para finalizar, ainda existem estudos evidenciando uma série de outras terapias como eficazes, entre elas vale ressaltar a terapia a laser de baixo nível, injeção de plasma rico em plaquetas e ainda a medicação bimatoprost.

A partir disso, observamos que o tratamento da alopecia androgênica pode ser realizado de diversas formas distintas. A escolha terapêutica deve ser realizada a partir de uma avaliação médica e discussão entre médico e pacientes dos riscos e benefícios entre cada uma dessas terapias.

Referências:

10.1080/09546634.2020.1749547

10.1016/j.jaad.2017.02.054

10.1097/DSS.0000000000001894

10.1159/000509905

Share:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Conheça mais posts