Marcapasso no Teste Ergométrico – O Que Você Precisa Saber
Antes de começarmos a falar sobre o teste ergométrico em pacientes com marcapasso, gostaria de me apresentar. Sou médico do Esporte, residente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (HCFMUSP), atuando com avaliação cardiovascular e testes ergométricos. Atuo na realização de testes ergométricos na Fleury e atendo pacientes particulares e online em São Paulo. Se você precisa de um médico para avaliar essa condição, clique no botão abaixo e agende uma consulta. Se você deseja aprofundar seus conhecimentos sobre arritmias, medicina esportiva e cardiologia aplicada ao exercício, confira meus cursos completos clicando no botão abaixo. Quero aprender mais Agende sua consulta O que é um marcapasso e como ele influencia a resposta ao exercício? O marcapasso é um dispositivo eletrônico implantável utilizado para tratar distúrbios do ritmo cardíaco, como bradicardia sintomática e bloqueios atrioventriculares. Ele funciona emitindo impulsos elétricos que estimulam o coração quando a atividade elétrica natural está comprometida, garantindo uma frequência cardíaca adequada para a perfusão dos órgãos. Durante o exercício, a resposta fisiológica normal envolve um aumento progressivo da frequência cardíaca e do débito cardíaco para atender à demanda metabólica dos tecidos. Pacientes com marcapasso podem apresentar limitações nessa resposta, especialmente se dependentes do dispositivo para a estimulação cardíaca. O impacto do marcapasso no desempenho durante o exercício depende de diversos fatores, incluindo: O modo de estimulação (VVI, DDD, VVIR, DDDR); A preservação da função do nó sinoatrial; A capacidade de modulação da frequência (presente em dispositivos rate-responsive); A sincronização entre os átrios e ventrículos. Pacientes que utilizam marcapassos sem ajuste de frequência responsiva podem apresentar uma resposta inadequada ao exercício, com incapacidade de aumentar a frequência cardíaca conforme a demanda metabólica, resultando em fadiga precoce e limitação funcional. Agende sua consulta Importância da avaliação de pacientes com marcapasso no teste ergométrico O teste ergométrico é uma ferramenta essencial para avaliar a função cardiovascular em pacientes com marcapasso. Ele permite: Avaliar a resposta cronotrópica do marcapasso durante o esforço; Identificar eventuais disfunções do dispositivo, como falhas na detecção (undersensing) ou sensibilidade excessiva (oversensing); Determinar a capacidade funcional do paciente e sua tolerância ao exercício; Orientar ajustes na programação do marcapasso, otimizando a resposta ao esforço; Monitorar a presença de fenômenos esperados, como o Wenckebach eletrônico (bloqueio AV funcional em marcapassos DDD durante frequências elevadas). Além disso, o teste ergométrico auxilia na estratificação do risco cardiovascular e na elaboração de programas de reabilitação física para pacientes com dispositivos implantados, garantindo maior segurança e eficiência no tratamento da sua condição. Agende sua consulta 2. Funcionamento dos Marcapassos Durante o Exercício Modos de Estimulação (VVI, DDD, VVIR, DDDR) Os marcapassos podem operar em diferentes modos de estimulação, que determinam como eles detectam e respondem à atividade elétrica do coração. A nomenclatura é composta por uma sequência de letras que indicam: Primeira letra: Câmara estimulada (A = átrio, V = ventrículo, D = ambos). Segunda letra: Câmara sensível (A = átrio, V = ventrículo, D = ambos, O = sem sensibilidade). Terceira letra: Resposta à atividade cardíaca (I = inibição, T = disparo, D = ambos). Quarta letra: Modulação da frequência (R = rate-responsive, ajusta a frequência de acordo com a demanda do paciente; O = sem modulação de frequência). Quinta letra (opcional): Estimulação multissítio (A = átrio, V = ventrículo, D = ambos, O = sem estimulação adicional). Principais Modos e Suas Influências na Resposta ao Exercício: VVI: Estimula e detecta apenas o ventrículo. Não mantém a sincronia AV, podendo limitar a resposta ao esforço. DDD: Detecta e estimula átrio e ventrículo, preservando a sincronia AV. Proporciona melhor resposta cronotrópica ao exercício. VVIR: Igual ao VVI, mas com ajuste automático da frequência conforme a necessidade do paciente. DDDR: Modo mais avançado, que permite detecção e estímulo em ambas as câmaras com modulação da frequência, garantindo uma resposta mais fisiológica ao esforço. Ajustes Automáticos de Frequência (Rate-Responsive Pacing) Alguns marcapassos possuem sensores que ajustam automaticamente a frequência cardíaca de acordo com a demanda metabólica do paciente. Esses sensores podem detectar mudanças em: Movimento corporal (acelerômetros internos). Ventilação (sensor de impedância torácica). Temperatura corporal e níveis de atividade autonômica. Esse ajuste é essencial para pacientes que não apresentam resposta cronotrópica adequada, permitindo um aumento progressivo da frequência cardíaca durante o esforço. Diferença Entre Pacientes Dependentes e Não Dependentes do Marcapasso Pacientes Dependentes: Precisam do marcapasso para manter a função cardíaca, pois não geram ritmo próprio adequado. Pacientes Não Dependentes: Possuem atividade elétrica espontânea, mas o marcapasso atua como suporte quando necessário. Durante o teste ergométrico, pacientes não dependentes podem alternar entre o ritmo próprio e a estimulação do marcapasso, enquanto pacientes dependentes dependerão exclusivamente do dispositivo para resposta ao esforço. Agende sua consulta 3. Protocolos para Teste Ergométrico em Pacientes com Marcapasso A escolha do protocolo adequado para o teste ergométrico depende do tipo de marcapasso e da resposta cronotrópica do paciente: Pacientes com marcapasso que dita o ritmo: O protocolo recomendado é o CAEP, pois permite avaliação da resposta do marcapasso ao esforço de forma progressiva e segura. Pacientes que alternam entre ritmo próprio sinusal e estimulação do marcapasso: Os protocolos mais utilizados são Bruce, Ellestad ou Bruce Modificado, dependendo do nível de condicionamento físico do paciente: Bruce: Indicado para pacientes com capacidade funcional moderada, que conseguem subir um morro, mas apresentam maior dificuldade em conseguir correr, por exemplo. Ellestad: Protocolo que aumenta mais a velocidade que a inclinação, sendo mais utilizado em pacientes jovens. Bruce Modificado: Alternativa para pacientes com menor tolerância ao esforço, permitindo uma progressão mais suave na carga de trabalho. A escolha do protocolo deve ser baseada na capacidade funcional do paciente e no objetivo da avaliação ergométrica. Agende sua consulta 4. Alterações Eletrocardiográficas em Pacientes com Marcapasso Oversensing O oversensing ocorre quando a sensibilidade do marcapasso está aumentada, fazendo com que ele detecte sinais elétricos externos ou internos que não deveriam ser interpretados como atividade cardíaca. Isso pode incluir artefatos musculares, interferências elétricas ou até mesmo ondas T proeminentes. Como resultado, o marcapasso inibe indevidamente a estimulação, levando a pausas
Retorno ao Esporte Após Rabdomiólise: Guia Completo para uma Recuperação Segura
Olá, eu sou o Dr. Guilherme Adami, médico residente em Medicina Esportiva pelo HCFMUSP. Tenho ampla experiência no atendimento a atletas de diversas modalidades, incluindo esportes de alto rendimento. Minha missão é ajudar atletas e praticantes de atividade física a superarem desafios relacionados à saúde e voltarem a performar no seu máximo potencial, sempre com segurança. Se você passou por um episódio de rabdomiólise ou está buscando orientação para retornar ao esporte após uma lesão ou condição médica, agende uma consulta comigo. Juntos, podemos criar um plano personalizado, considerando seu histórico e metas esportivas. Abaixo, explicarei um dos protocolos mais utilizados para o retorno ao esporte após a rabdomiólise. Este método progressivo tem como objetivo garantir uma recuperação completa, minimizando os riscos de recorrência e complicações. Vamos lá? Agende sua consulta O que é Rabdomiólise e Como Ela Afeta os Atletas? A rabdomiólise é uma condição caracterizada pela destruição das fibras musculares esqueléticas, resultando na liberação de substâncias intracelulares, como mioglobina, creatina quinase (CK) e outros metabólitos, na corrente sanguínea. Essa condição pode levar a complicações graves, como insuficiência renal, quando não tratada adequadamente. Embora possa ocorrer em diferentes contextos, a rabdomiólise de esforço é desencadeada por atividades físicas intensas ou excessivas, especialmente em atletas que excedem seus limites físicos. Principais Causas e Fatores de Risco Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da rabdomiólise, especialmente em atletas. Entre as principais causas estão: Exercício físico extremo: Treinamentos intensos, em alta temperatura ou sem tempo adequado de recuperação. Desidratação: A falta de hidratação adequada intensifica o risco de lesão muscular. Uso de suplementos ou medicamentos: Alguns compostos como estatinas ou mesmo outras medicações, podem aumentar o risco. Condições genéticas ou predisposições: Mitocondriopatias e outros distúrbios metabólicos. Agende sua consulta Quando Voltar ao Esporte Após um Episódio de Rabdomiólise? Após um episódio de rabdomiólise, especialmente se foi necessário internamento hospitalar, é fundamental ter cautela antes de retornar ao esporte. Embora muitos atletas se sintam ansiosos para voltar à rotina de treinos e competições, o retorno imediato pode representar um grande risco de recaída, aumentando a chance de um novo episódio de rabdomiólise ou outras complicações graves, como insuficiência renal. Após a alta hospitalar, o corpo ainda está se recuperando dos danos musculares e metabólicos causados pela condição. Retomar atividades intensas sem uma progressão adequada pode sobrecarregar os músculos já fragilizados e comprometer a recuperação completa. Por isso, o retorno ao esporte deve ser gradual, monitorado por profissionais especializados e baseado em protocolos seguros e cientificamente validados. Abaixo, apresentarei um dos protocolos mais utilizados para o retorno ao esporte após a rabdomiólise. Ele foi desenvolvido para garantir uma recuperação segura e eficiente, ajudando o atleta a recuperar sua condição física e prevenir novos episódios. Vamos conferir? Agende sua consulta Estratificação de Risco e Diretrizes para o Retorno ao Esporte Após Rabdomiólise A decisão sobre quando e como retornar ao esporte após um episódio de rabdomiólise de esforço deve considerar a estratificação de risco do atleta, de acordo com fatores identificados no estudo. Essa avaliação ajuda a diferenciar aqueles que podem seguir protocolos padronizados dos que precisam de planos individualizados. Indivíduos de Alto Risco: Critérios Atletas são considerados de alto risco para novos episódios de rabdomiólise quando apresentam um ou mais dos seguintes fatores: Recuperação retardada, com sintomas persistentes por mais de uma semana, mesmo com repouso. Elevação persistente de CK (mais de 5 vezes o limite superior do normal) após pelo menos duas semanas de descanso. Rabdomiólise acompanhada de lesão renal aguda. Histórico pessoal ou familiar de miopatias, cãibras musculares recorrentes ou episódios significativos de rabdomiólise. Presença de traço falciforme ou histórico familiar de anemia falciforme. Histórico pessoal ou familiar de hipertermia maligna ou complicações inexplicadas após anestesia geral. Indivíduos de Baixo Risco: Critérios Para serem classificados como baixo risco, os atletas não devem apresentar nenhum dos critérios acima e devem atender a pelo menos um dos seguintes: Recuperação clínica rápida com normalização da CK e da urina após restrições ao exercício. Episódio de rabdomiólise associado a um evento isolado de exercício muito intenso. Ausência de histórico pessoal ou familiar de miopatias, cãibras musculares recorrentes ou rabdomiólise significativa. Episódios de rabdomiólise relacionados a uma sessão de treino em grupo, sugerindo fatores ambientais ou de treinamento. Presença de doença viral ou infecciosa concomitante no momento do episódio. Uso de suplementos ou medicamentos que possam ter contribuído para o quadro. Diretrizes para o Retorno ao Esporte Pacientes de alto risco devem ser avaliados de forma individualizada, com acompanhamento próximo de especialistas, como médicos do esporte, nefrologistas e outros profissionais, antes de qualquer tentativa de retorno. O planejamento deve levar em conta as particularidades clínicas e os fatores predisponentes. Pacientes de baixo risco também devem ser acompanhados por médicos especialistas, entretanto, possuímos maior segurança em seguir um protocolo progressivo de retorno ao esporte, conforme descrito nos estudos. No próximo tópico, explicarei o protocolo detalhado utilizado no estudo, com foco em como ele pode ser aplicado a atletas de baixo risco para garantir um retorno ao esporte seguro e eficiente. Agende sua consulta Protocolo de Retorno a Prática Esportiva Após Rabdomiólise O programa descrito para o retorno ao esporte após rabdomiólise de esforço foi dividido em quatro fases progressivas, conforme detalhado abaixo: Fase I: Duração: 2 semanas. Objetivo: Retorno às atividades de vida diária. Monitoramento: Avaliação diária por treinadores atléticos para identificar dor muscular recorrente, estado de hidratação e características da urina. Garantia de pelo menos 8 horas de sono ininterruptas por noite. Critérios de progressão: Níveis de creatina quinase (CK) menores que 5 vezes o normal (<1000 U/L). Ausência de sintomas clínicos. Exames laboratoriais dentro dos limites normais. Fase II: Duração: 5 dias de treinamento por semana. Atividades: Alongamento, aquecimento dinâmico, rolos de espuma e exercícios aeróbicos em ambiente aquático (como corrida em água rasa). Introdução progressiva de ciclismo estacionário (a partir do quarto dia). Critérios de progressão: Níveis de CK ainda dentro do limite (<1000 U/L). Ausência de sintomas durante as atividades. Fase III: Duração: 5 dias de treinamento por semana. Atividades: Introdução
Diagnóstico de Hipotireoidismo em Obesos
Você está diagnosticando corretamente o hipotireoidismo em pacientes obesos? Geralmente, suspeitamos do diagnóstico de hipotireoidismo em pacientes que apresentam sintomas clínicos compatíveis com o quadro, como fadiga, pele seca, depressão, constipação, etc. No entanto, para confirmar o diagnóstico de forma precisa, é essencial a realização de testes laboratoriais que incluem a verificação do aumento do TSH e a queda do T4 livre (T4L). E é exatamente nesse ponto que muitos médicos acabam diagnosticando de forma inadequada o hipotireoidismo em pacientes obesos. Os hormônios da tireoide regulam os níveis basais do metabolismo, termogênese e desempenham um papel importante no metabolismo. Diante disso, pacientes obesos apresentam naturalmente uma série de mecanismos tireoidianos compensatórios que podem gerar algumas alterações laboratoriais que podem se confundir com o hipotireoidismo. Inicialmente, uma dessas alterações seria justificada pelo excesso da gordura gerar um aumento da deiodinase, a enzima responsável por converter T4 em T3. Isso ocorre como uma tentativa do corpo de neutralizar o acúmulo de gordura, aumentando o gasto de energia nesses pacientes. Associado a isso, os obesos naturalmente apresentam altos níveis de leptina. A principal ação da leptina é regular a ingestão alimentar, levando a uma diminuição do apetite e da ingestão de alimentos. No entanto, a leptina também demonstrou estimular centralmente a liberação de pró-tireotropina, o que acaba aumentando os níveis de TRH e por consequência, TSH. Com isso, o obeso apresenta naturalmente um aumento do TSH e uma queda do T4L. Essa alteração, se avaliada sem considerar a individualidade do paciente, poderia erroneamente sugerir ao médico a presença do hipotireoidismo, gerando um erro diagnóstico. Para fazer um diagnóstico mais assertivo, é fundamental compreender que aumentos discretos do TSH são esperados nessa população, devendo-se corrigir esses valores pelo IMC dos pacientes. Uma proposta desta correção se encontra na tabela abaixo: TABELA Como você pode ver, quanto maior o IMC, maior é o ponto de corte para ser considerado um aumento patológico, e não fisiológico. Agora que você chegou até aqui, conta para mim, você já conhecia essas alterações laboratoriais no paciente com obesidade? Compartilhe este post com aquele seu amigo que precisa saber disso. Referências: DOI: https://doi.org/10.47391/JPMA.22-92DOI: 10.4103/2230-8210.183454 TABELA: Valor do IMC Valores Normais de TSH < 20kg/m2 0.6 a 4.8µUI/mL 20 – 24.9kg/m2 0.6 a 5.5µUI/mL 25 – 29.9kg/m2 0.6 a 5.5µUI/mL 30-39.9kg/m2 0.5 a 5.9µUI/mL > 40kg/m2 0.7 a 7.5µUI/mL
Interpretação do Segmento ST no Teste Ergométrico
Meu nome é Guilherme Adami, sou médico do esporte e professor, com experiência na interpretação de exames cardiológicos e no manejo de condições cardiovasculares em atletas e pacientes em geral. A eletrocardiografia é uma ferramenta essencial na prática clínica, e compreender os diferentes padrões das taquiarritmias pode ser decisivo para um tratamento adequado. Se você deseja aprofundar seus conhecimentos sobre arritmias, medicina esportiva e cardiologia aplicada ao exercício, confira meus cursos completos clicando no botão abaixo. Quero aprender mais Interpretação do Segmento ST no Teste Ergométrico A análise do segmento ST durante o exercício físico é essencial para avaliar alterações isquêmicas no coração, mas exige critérios precisos para evitar falsos positivos e maximizar a precisão diagnóstica. Este guia apresenta os principais pontos a serem considerados, com base em evidências e boas práticas clínicas. Linha de Base Ponto de Aferição A aferição correta depende do ponto “y”, situado após o final do QRS (ponto “J”), com ajustes baseados na frequência cardíaca (FC): Morfologia do Segmento ST A forma do segmento ST fornece importantes pistas diagnósticas: Imagem obtida do Livro: Ergometria Exemplos Práticos do Dr. Leonardo Felipe Benedeti Marinucci. Magnitude do Segmento ST A magnitude do desnível do segmento ST pode indicar positividade e fornecer informações prognósticas: Momento das Alterações O momento do surgimento do desnível de ST também impacta o prognóstico: Limitações da Interpretação do ST Algumas condições podem dificultar ou limitar a interpretação do segmento ST: Critérios de Sgarbossa Modificados Em presença de BRE, os critérios de Sgarbossa modificados devem ser aplicados para definir supra de ST. Esses critérios são cruciais para melhorar a acurácia diagnóstica em cenários desafiadores. Outros Aspectos do ECG que Limitam a Definição de Isquemia Além das limitações citadas, é importante considerar: Conclusão A interpretação do segmento ST no exercício é uma ferramenta poderosa, mas exige atenção aos detalhes para evitar armadilhas diagnósticas. Compreender a linha de base, morfologia, magnitude e contexto das alterações é essencial para fornecer um diagnóstico preciso e melhorar o prognóstico do paciente. Palavras-chave: segmento ST, ECG, isquemia, bloqueio de ramo, teste ergométrico, critérios de Sgarbossa, frequência cardíaca. Quero aprender mais
Respostas Hemodinâmicas no Teste Ergométrico
Meu nome é Guilherme Adami, sou médico do esporte e professor, com experiência na interpretação de exames cardiológicos e no manejo de condições cardiovasculares em atletas e pacientes em geral. A eletrocardiografia é uma ferramenta essencial na prática clínica, e compreender os diferentes padrões das taquiarritmias pode ser decisivo para um tratamento adequado. Se você deseja aprofundar seus conhecimentos sobre arritmias, medicina esportiva e cardiologia aplicada ao exercício, confira meus cursos completos clicando no botão abaixo. Quero aprender mais Respostas Hemodinâmicas no Teste Ergométrico A avaliação da pressão arterial (PA) e da resposta cronotrópica durante o exercício é fundamental para monitorar a segurança e o desempenho cardiovascular. Este artigo explora contraindicações, critérios de interrupção, padrões de recuperação, e índices importantes para análise, otimizando o entendimento com base em evidências. Contraindicações Relativas à Pressão Arterial Critérios de Interrupção do Exercício Nota: O ponto de corte para PA normal em repouso é 140/90 mmHg. Hiper-reatividade da Pressão Arterial A hiper-reatividade é caracterizada por elevações excessivas da PA. Critérios sugeridos incluem: Recuperação Lenta da Pressão Arterial Aumento Paradoxal da Pressão Arterial Resposta Cronotrópica no Exercício Limiares de Resposta Incompetência Cronotrópica Fórmula do Índice Cronotrópico:(FC pico – FC repouso) / (FC máxima estimada pela idade – FC repouso) Recuperação Lenta da Frequência Cardíaca Comportamento Deprimido da Pressão e Hipotensão Nota: Comportamento deprimido pode ser normal em crianças, mulheres e adolescentes. Duplo Produto Conclusão A análise da pressão arterial e da resposta cronotrópica oferece insights essenciais para a avaliação cardiovascular durante o exercício. Estabelecer critérios claros para interrupção, padrões de recuperação e limiares cronotrópicos é fundamental para garantir a segurança e otimizar o desempenho. Palavras-chave: pressão arterial, resposta cronotrópica, exercício, hipertensão, avaliação cardiovascular. Quero aprender mais
Anticoncepcional engorda? Entenda a relação entre a “pílula” e o ganho peso!
A questão “anticoncepcional engorda?” é bastante comum e cercada de mitos. Antes de tudo, é importante compreender que o anticoncepcional é um método contraceptivo cujo objetivo principal é evitar a gravidez, atuando por meio do controle dos níveis hormonais. No entanto, não há um tipo único de anticoncepcional: existem diversas formulações e formas de uso, cada uma delas com características próprias e potenciais efeitos distintos sobre o organismo, incluindo a influência no peso. Neste texto, focaremos especificamente nos anticoncepcionais orais, analisando evidências científicas e ressaltando pontos fundamentais para que você faça a melhor escolha de acordo com seu perfil. Em outros posts abordamos métodos diferentes, como DIU, implantes, injeções, adesivos e anéis vaginais, pois compreendemos que cada opção requer atenção individualizada. É importante lembrar que a definição do método contraceptivo ideal deve ser feita em conjunto com um médico de confiança, respeitando a individualidade e as necessidades de cada paciente. Se você busca uma avaliação médica especializada para identificar o anticoncepcional mais adequado ao seu caso e, assim, manter o equilíbrio entre saúde, bem-estar e controle do peso, posso ajudar. Sou Guilherme Adami, médico, residente em Medicina do Esporte pelo HCFMUSP e especialista no tratamento para perda de peso. Atendo presencialmente em São Paulo e também online em todo o Brasil. Agende sua consulta Abaixo, você encontrará o sumário do post com todos os tópicos que iremos abordar: Sumário 1. O que é o anticoncepcional oral e como ele funciona? Os anticoncepcionais orais, popularmente conhecidos como pílulas, são medicamentos utilizados para prevenir a gravidez. Eles podem conter um ou dois tipos de hormônios: apenas progesterona ou uma combinação de progesterona e estrogênio. Esses hormônios atuam modulando o ciclo hormonal feminino, mantendo níveis constantes no organismo e, assim, impedindo a ovulação. Sem a liberação de um óvulo, não há possibilidade de fecundação, tornando o método eficaz na prevenção da gestação. Agende sua consulta 1.1. O ciclo hormonal feminino e a função dos hormônios Como mostrado na imagem acima, o organismo feminino possui um ciclo hormonal complexo e dinâmico, com variações nos níveis de estrogênio e progesterona ao longo do mês. O estrogênio desempenha um papel essencial no desenvolvimento das características sexuais femininas e na preparação do endométrio para uma possível gestação, enquanto a progesterona contribui para a manutenção do endométrio e regula o ciclo, garantindo condições ideais para a fertilização e gravidez. O uso de anticoncepcionais modifica esse ciclo natural, mantendo os níveis hormonais mais estáveis. Essa regulação impede a ovulação e, consequentemente, a gravidez. Embora o objetivo principal do anticoncepcional seja inibir a ovulação, seus efeitos vão além. Essa alteração hormonal pode causar diversas mudanças no corpo feminino, como a redução das cólicas menstruais, o controle de irregularidades no ciclo, alterações no apetite, variações no humor, mudanças na libido e, em algumas mulheres, modificações no peso corporal. Esses efeitos dependem tanto da composição do anticoncepcional quanto das características individuais de cada paciente. Agende sua consulta 1.2. Os componentes dos anticoncepcionais orais e como eles impactam o corpo Os anticoncepcionais orais, em sua maioria, são compostos por dois tipos de hormônios: o estrogênio e a progestina. O estrogênio presente nesses medicamentos é quase sempre o etinilestradiol, que não está associado ao ganho de peso, enquanto a progestina varia conforme o tipo de anticoncepcional. Essa combinação hormonal é o que define grande parte dos efeitos e características das pílulas. Então o anticoncepcional engorda? É importante destacar que nenhum anticoncepcional contém calorias, ou seja, por si só, ele não causa ganho de peso diretamente. No entanto, algumas progestinas estão associadas ao aumento de peso devido à retenção de líquidos ou a alterações no apetite, efeitos que podem variar de acordo com a composição hormonal e as características individuais de cada mulher. 2. As gerações de progestinas e seus impactos no organismo feminino As progestinas foram desenvolvidas com o objetivo de inibir a ovulação e trazer maior eficácia aos anticoncepcionais, ao mesmo tempo em que minimizam efeitos colaterais. Inicialmente, as pílulas utilizavam progestinas de primeira geração, como a noretisterona. Embora funcionais, essas primeiras versões estavam associadas a efeitos adversos, como retenção de líquidos, alterações de humor e ação androgênica, que podia resultar em acne e aumento da oleosidade da pele. Com os avanços nas pesquisas, novas gerações de progestinas foram criadas, incluindo as de segunda, terceira e quarta gerações. Cada uma delas apresenta perfis específicos de ação e diferentes impactos no organismo, influenciando aspectos como peso, retenção de líquidos, pele e bem-estar emocional. Essas variações nos componentes dos anticoncepcionais orais são essenciais para entender como cada tipo de pílula funciona e seus efeitos no corpo. Nos próximos tópicos, serão exploradas as características das progestinas e como elas influenciam no peso feminino. Agende sua consulta 3. Anticoncepcionais associados ao ganho de peso: Entre as progestinas utilizadas nos anticoncepcionais, algumas estão mais frequentemente associadas ao ganho de peso. Isso pode ocorrer devido a dois mecanismos principais: o aumento do apetite, que leva a uma maior ingestão calórica, e a retenção de líquidos, que pode causar inchaço e aumento transitório de peso corporal. Esses efeitos variam de acordo com a composição hormonal do medicamento e a sensibilidade individual de cada paciente. 3.1. Acetato de medroxiprogesterona (Depo-Provera; Contracep; Depo-Clinovir) causa ganho de peso? O acetato de medroxiprogesterona, mais conhecido pela sigla DMPA, é um progestágeno geralmente utilizado em anticoncepcionais injetáveis de aplicação trimestral. Essa progestina é frequentemente associada ao ganho de peso, principalmente em usuárias que relatam aumento do apetite após o início do uso. Além disso, ela também pode causar retenção de líquidos, contribuindo ainda mais para o aumento do peso em algumas mulheres. Apresentações comerciais O DMPA é encontrado em anticoncepcionais injetáveis de uso trimestral, como: Depo-Provera Contracep Depo-Clinovir E por via oral com o nome Provera. Agende sua consulta 3.2. Acetato de megestrol causa ganho de peso? O acetato de megestrol é uma progestina menos comum em anticoncepcionais, mas amplamente utilizada em contextos específicos, como terapias de preservação da fertilidade para hiperplasia endometrial atípica complexa e câncer de endométrio. Ele está associado a um ganho
É possível curar a diabetes sem tomar remédios?
A diabetes tipo 2 afeta milhões de pessoas ao redor do mundo e, tradicionalmente, seu tratamento é feito com o uso de medicamentos para controlar os níveis de glicose no sangue. No entanto, estudos recentes mostram que pode ser possível reverter ou “curar” o diabetes tipo 2 sem o uso de remédios, através de intervenções focadas na perda de peso. Mas como isso funciona? Vamos explorar essa questão com base nas últimas evidências científicas. O que é remissão do diabetes? Antes de entender se é possível “curar” a diabetes sem remédios, é importante entender o conceito de remissão do diabetes. Remissão é quando os níveis de glicose no sangue retornam ao normal (ou próximos do normal) e a pessoa consegue manter esse controle sem o uso de medicamentos antidiabéticos. Isso não significa que a pessoa está completamente “curada” da diabetes, pois, sem o manejo adequado, a doença pode voltar. A relação entre o peso e o diabetes tipo 2 A diabetes tipo 2 está fortemente associada ao excesso de peso e à gordura visceral, especialmente a que se acumula no fígado e no pâncreas. Essa gordura interfere na capacidade do corpo de produzir e usar a insulina de maneira eficaz, levando ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Estudos mostram que a perda de peso significativa pode reduzir esses depósitos de gordura, permitindo que o corpo volte a regular a glicose de maneira mais eficaz. O estudo DiRECT: evidências para a remissão do diabetes sem remédios O estudo DiRECT (Diabetes Remission Clinical Trial) forneceu fortes evidências de que a remissão do diabetes tipo 2 pode ser alcançada sem o uso de medicamentos. O estudo foi conduzido em clínicas de atenção primária na Escócia e na Inglaterra, e envolveu 306 indivíduos com diabetes tipo 2 recente (diagnosticados nos últimos seis anos) e com sobrepeso ou obesidade. Metodologia Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos: Os medicamentos antidiabéticos dos participantes do grupo de intervenção foram suspensos no início do estudo, e a remissão foi definida como níveis de HbA1c (hemoglobina glicada) abaixo de 6,5% sem o uso de qualquer medicamento antidiabético por pelo menos dois meses. Resultados do estudo Os resultados foram impressionantes: Esses achados mostram que a perda de peso significativa, especialmente nas fases iniciais da diabetes tipo 2, pode levar à remissão da doença e permitir que as pessoas parem de tomar medicamentos. Quantas pessoas permanecem em remissão do diabetes após 5 anos? O estudo DiRECT trouxe resultados promissores sobre a possibilidade de remissão do diabetes tipo 2 através de uma intervenção intensiva de perda de peso. No entanto, manter essa remissão a longo prazo apresentou desafios significativos. Após o primeiro ano do estudo, 46% dos participantes no grupo de intervenção atingiram a remissão do diabetes. Isso representou uma vitória significativa para os pacientes que conseguiram reduzir seus níveis de glicose no sangue sem o uso de medicamentos antidiabéticos. O que aconteceu após 5 anos? O acompanhamento de longo prazo revelou uma realidade mais complexa. Após cinco anos, apenas 11% dos participantes do grupo de intervenção que mantiveram o acompanhamento continuavam em remissão do diabetes. Embora a perda de peso tenha sido essencial para alcançar a remissão no início, a dificuldade em manter esse peso perdido ao longo dos anos foi um fator crítico para o retorno dos níveis de glicose no sangue a padrões diabéticos. Essa taxa de 11% reflete o desafio de manter hábitos saudáveis e um peso corporal adequado por um longo período. Aqueles que experimentaram reganho de peso viram o retorno da condição, mesmo após uma remissão inicial bem-sucedida. Portanto, o sucesso inicial na perda de peso e remissão do diabetes requer um compromisso contínuo com o estilo de vida saudável para garantir resultados duradouros. Por que é difícil manter a remissão? A chave para a remissão está na manutenção da perda de peso. No entanto, o reganho de peso ao longo do tempo foi observado em muitos participantes. Este fenômeno é comum em intervenções de perda de peso e demonstra a importância de programas de suporte contínuo. Os dados mostram que, embora a remissão seja alcançável, mantê-la depende de um acompanhamento prolongado e de uma abordagem sustentável para alimentação e atividade física. Conclusão Embora os resultados do estudo DiRECT mostrem que a remissão do diabetes tipo 2 sem o uso de medicamentos é possível, o acompanhamento de cinco anos sugere que manter a remissão é o verdadeiro desafio. Com apenas 11% dos participantes em remissão após cinco anos, fica claro que a perda de peso e o suporte contínuo são fundamentais para o sucesso a longo prazo. Portanto, alcançar a remissão é apenas o começo — o foco deve estar em manter os hábitos que sustentam essa conquista ao longo do tempo. Referências: doi: 10.1016/ S2213-8587(23)00385-6 doi: 10.1016/S0140-6736(17)33102-1
Se pesar todos os dias ajuda na perda de peso?
A prática de se pesar diariamente é frequentemente recomendada em programas de emagrecimento e manutenção de peso. No entanto, há preocupações sobre os potenciais efeitos negativos dessa prática, especialmente em relação ao impacto psicológico. Será que se pesar todos os dias traz benefícios para a perda de peso e sua manutenção a longo prazo? Vamos explorar as respostas fornecidas por estudos recentes, como o “STOP Regain”. O Estudo “STOP Regain” O estudo “STOP Regain” foi conduzido para avaliar o impacto da pesagem diária na manutenção da perda de peso. O foco principal era entender se pesar-se todos os dias ajudava a evitar o reganho de peso após uma dieta bem-sucedida e se essa prática poderia causar efeitos psicológicos negativos. Metodologia do Estudo Os pesquisadores recrutaram 314 participantes, todos eles haviam perdido pelo menos 10% do peso corporal nos últimos dois anos. A média de peso perdido foi de 19 kg. Os participantes foram divididos aleatoriamente em três grupos: A intervenção foi baseada na teoria da autorregulação, que incentiva os participantes a monitorar seu peso e ajustar seus comportamentos alimentares e de atividade física com base nos resultados da pesagem diária. Como os Pacientes Foram Orientados Os participantes foram instruídos a se pesar diariamente e a ajustar sua dieta e exercícios conforme necessário. Eles receberam uma balança e foram orientados a usar a pesagem como uma ferramenta de controle, semelhante a um termômetro, para avaliar se mudanças em seu comportamento eram necessárias. Dependendo do peso registrado, os participantes eram colocados em três “zonas”: Resultados: A Pesagem Diária Funciona? Após 18 meses de acompanhamento, o estudo revelou que a pesagem diária estava fortemente associada a melhores resultados na manutenção do peso: E os Efeitos Psicológicos? Uma preocupação comum sobre a pesagem diária é que ela possa gerar ansiedade ou comportamentos alimentares desordenados, como compulsão alimentar ou depressão. No entanto, o estudo “STOP Regain” não encontrou evidências de efeitos negativos da pesagem frequente. Pelo contrário, os participantes que se pesavam diariamente apresentaram: Conclusão: Pesagem Diária é Benéfica? Os resultados do estudo “STOP Regain” sugerem que a pesagem diária é uma ferramenta eficaz para a manutenção da perda de peso. A prática de se pesar todos os dias permite que os participantes façam ajustes rápidos em seus comportamentos alimentares e de atividade física, prevenindo o reganho de peso. Além disso, não houve evidências de que essa prática cause efeitos psicológicos negativos. Pelo contrário, aqueles que se pesaram diariamente tiveram melhor controle alimentar e menos episódios de compulsão. Portanto, se você está em um processo de manutenção do peso ou deseja evitar o reganho, se pesar diariamente pode ser uma estratégia simples e eficaz para manter os resultados a longo prazo. Referências: Se pesar diariamente pode ser uma ferramenta poderosa na manutenção do peso, desde que utilizada de forma consciente e sem obsessão. Ao integrar a pesagem com ajustes saudáveis na alimentação e atividade física, é possível manter a trajetória de sucesso na perda de peso a longo prazo.
Qual o melhor tipo de exercício para diabéticos?
Em indivíduos com diabetes, diferentes tipos de exercício podem ter impactos variados no controle glicêmico.Para diabetes tipo 1, o exercício resistido parece oferecer reduções mais prolongadas na glicemia pós-exercício em comparação com o exercício aeróbico. Estudos mostraram que o exercício resistido resulta em uma melhora mais sustentada no controle glicêmico, com menos declínio inicial na glicose no sangue durante a atividade, mas reduções mais prolongadas depois.[1-2] Além disso, exercícios aeróbicos e de resistência combinados podem fornecer controle glicêmico superior em comparação com qualquer modalidade sozinha.[3] Para diabetes tipo 2, por exemplo, o American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda exercícios aeróbicos e de resistência combinados, pois demonstrou produzir maiores reduções nos níveis de HbA1c em comparação com qualquer tipo de exercício sozinho.[4] Isto é apoiado por meta-análises que indicam que o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) e as modalidades de exercícios combinados são particularmente eficazes na redução dos níveis de HbA1c.[5] Em resumo, para o diabetes tipo 1, o exercício resistido pode oferecer um melhor controle glicêmico, enquanto para o diabetes tipo 2, o exercício aeróbico e de resistência combinado é recomendado para o gerenciamento glicêmico ideal. Quanto exercício é necessário? Para indivíduos com diabetes tipo 1 e tipo 2, a American Diabetes Association (ADA) fornece recomendações específicas sobre as quantidades mínimas e máximas de exercício necessárias para alcançar benefícios no controle glicêmico.Diabetes tipo 1: Para indivíduos com diabetes tipo 1 e tipo 2, o exercício pode impactar significativamente o controle glicêmico, e o manejo cuidadoso da ingestão de insulina e carboidratos é essencial para otimizar os benefícios e minimizar os riscos. Diabetes tipo 1: • Metas glicêmicas pré-exercício: o exercício não deve ser iniciado se os níveis de glicose no sangue estiverem muito altos (>300 mg/dL) ou muito baixos (<70 mg/dL).[1-2] • Ajustes de insulina: pode ser necessário reduzir ou suspender as doses de insulina antes do exercício. Para aqueles que utilizam bombas de insulina, as reduções temporárias da taxa basal podem ser eficazes. Para aqueles que recebem múltiplas injeções diárias, recomenda-se reduzir a dose de insulina em bolus pré-exercício.[1-2] • Ingestão de carboidratos: Carboidratos adicionais podem ser necessários se os níveis de glicose pré-exercício forem <90 mg/dL. A ingestão de carboidratos deve ser individualizada com base na intensidade e duração do exercício.[1-2] • Gerenciamento pós-exercício: monitorar os níveis de glicose após o exercício é crucial devido ao risco de hipoglicemia retardada. Insulina de ação curta pode ser necessária após o exercício se ocorrer hiperglicemia devido a atividades de alta intensidade.[1-2] Diabetes tipo 2: • Metas glicêmicas pré-exercício: semelhante ao diabetes tipo 1, o exercício não deve ser iniciado se os níveis de glicose no sangue estiverem fora da faixa de 80-250 mg/dL.[3] • Ajustes de insulina e medicação: Para aqueles que tomam insulina ou secretagogos de insulina, as doses de insulina pré-exercício devem ser reduzidas em 20-30% para exercícios prolongados (>60 minutos). A ingestão de carboidratos pode ser necessária para prevenir a hipoglicemia.[4-5] • Ingestão de carboidratos: a suplementação de carboidratos é recomendada se os níveis de glicose pré-exercício forem <90 mg/dL, especialmente se as doses de insulina não forem ajustadas.[5] • Gerenciamento pós-exercício: monitorar os níveis de glicose pós-exercício é importante para gerenciar o risco de hipoglicemia, especialmente para aqueles que tomam insulina ou secretagogos de insulina.[4-5] Recomendações Gerais: • Monitoramento: o monitoramento contínuo da glicose (CGM) ou verificações frequentes da glicemia antes, durante e após o exercício são recomendados para gerenciar a variabilidade glicêmica.[1-2] • Individualização: os regimes de exercícios e os ajustes de insulina devem ser individualizados com base na resposta do paciente a diferentes tipos e intensidades de exercício.[1-2][5] Essas estratégias, baseadas nas diretrizes da American Diabetes Association (ADA) e do American College of Sports Medicine (ACSM), ajudam a otimizar o controle glicêmico e garantir práticas seguras de exercícios para indivíduos com diabetes.[5-6] Para otimizar o controle glicêmico em diabéticos durante o exercício, é essencial ajustar a insulina e a ingestão de carboidratos de acordo com as recomendações da American Diabetes Association (ADA) e do American College of Sports Medicine (ACSM). Recomendações Pré-Exercício: 1. Glicemia Pré-Exercício: • Para níveis de glicose <100 mg/dL, recomenda-se a ingestão de até 15 g de carboidratos antes do exercício, especialmente para usuários de insulina ou secretagogos de insulina.[1] • Para níveis de glicose entre 90-250 mg/dL, o exercício pode ser iniciado sem ajustes adicionais.[2] 2. Ajustes de Insulina: • Reduzir a dose de insulina prandial para a refeição ou lanche antes do exercício pode ajudar a prevenir hipoglicemia.[2] • Usuários de bombas de insulina podem reduzir a taxa basal em 10-50% ou suspender a infusão por 1-2 horas durante o exercício.[2] Recomendações Pós-Exercício: 1. Ingestão de Carboidratos: • Após exercícios intensos ou prolongados, consumir 5-30 g de carboidratos dentro de 30 minutos após o exercício pode ajudar a prevenir hipoglicemia tardia e restaurar o glicogênio muscular.[1] • Para atividades de baixa a moderada intensidade, considerar a ingestão de 0,5-1,0 g de carboidratos/kg por hora de exercício, especialmente se houver hiperinsulinemia relativa.[2] 2. Ajustes de Insulina: • Reduzir a dose de insulina basal ou de ação prolongada em aproximadamente 20% após o exercício pode ajudar a reduzir o risco de hipoglicemia tardia.[2] • Para prevenir hipoglicemia precoce, uma redução de 25% na dose de insulina rápida pré-exercício e 50% na dose pós-exercício pode ser eficaz.[3] Monitoramento: • Monitoramento Frequente: Medir a glicose antes, durante e após o exercício é crucial para ajustar a ingestão de carboidratos e as doses de insulina conforme necessário.[2] Essas estratégias, baseadas nas diretrizes da ADA e ACSM, ajudam a otimizar o controle glicêmico e garantir a segurança durante a prática de exercícios em indivíduos com diabetes. References Referencias 1. Effect of Aerobic and Resistance Exercise on Glycemic Control in Adults With Type 1 Diabetes. Show Details Reddy R, Wittenberg A, Castle JR, et al. Canadian Journal of Diabetes. 2019;43(6):406-414.e1. doi:10.1016/j.jcjd.2018.08.193. 2. Resistance Versus Aerobic Exercise: Acute Effects on Glycemia in Type 1 Diabetes. Show Details Yardley JE, Kenny GP, Perkins BA, et al. Diabetes Care. 2013;36(3):537-42. doi:10.2337/dc12-0963. Leading Journal 3. Effects of Acute Aerobic, Resistance and Combined Exercises on 24-H Glucose Variability and Skeletal Muscle Signalling Responses in Type 1 Diabetics. Show Details Minnock D, Annibalini G, Le Roux CW,
Tirzepatida e Obesidade: Uma Nova Alternativa para o Controle de Peso
Introdução A tirzepatida, um duplo agonista do receptor de GIP e GLP-1, está se tornando uma opção promissora para o controle de peso em adultos com obesidade ou sobrepeso, especialmente aqueles com comorbidades relacionadas ao peso. Seu regime posológico envolve uma injeção subcutânea semanal, com doses ajustáveis de 5 mg, 10 mg ou 15 mg. Regime Posológico O tratamento com tirzepatida começa com uma dose inicial de 2,5 mg, aumentando em incrementos de 2,5 mg a cada 4 semanas até alcançar a dose alvo. Este processo gradual, que leva cerca de 20 semanas, ajuda a minimizar os efeitos colaterais gastrointestinais comuns nesse tipo de tratamento. Eficácia na Perda de Peso Os ensaios clínicos destacam a eficácia significativa da tirzepatida na perda de peso: Esses resultados mostram que a tirzepatida proporciona uma perda de peso substancial e sustentada ao longo do tempo. Eventos Adversos Os eventos adversos mais comuns com o uso da tirzepatida são gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia e constipação. Esses efeitos são geralmente leves a moderados e ocorrem principalmente durante o período de ajuste da dose. Conclusão A tirzepatida se apresenta como uma opção eficaz para o controle de peso, com um regime posológico bem definido e resultados impressionantes na redução de peso. Apesar dos efeitos colaterais gastrointestinais, a perda de peso substancial e sustentada faz da tirzepatida uma alternativa valiosa no tratamento da obesidade. Referências