Interpretação do Segmento ST no Teste Ergométrico

Meu nome é Guilherme Adami, sou médico do esporte e professor, com experiência na interpretação de exames cardiológicos e no manejo de condições cardiovasculares em atletas e pacientes em geral. A eletrocardiografia é uma ferramenta essencial na prática clínica, e compreender os diferentes padrões das taquiarritmias pode ser decisivo para um tratamento adequado. Se você deseja aprofundar seus conhecimentos sobre arritmias, medicina esportiva e cardiologia aplicada ao exercício, confira meus cursos completos clicando no botão abaixo. Quero aprender mais Interpretação do Segmento ST no Teste Ergométrico A análise do segmento ST durante o exercício físico é essencial para avaliar alterações isquêmicas no coração, mas exige critérios precisos para evitar falsos positivos e maximizar a precisão diagnóstica. Este guia apresenta os principais pontos a serem considerados, com base em evidências e boas práticas clínicas. Linha de Base Ponto de Aferição A aferição correta depende do ponto “y”, situado após o final do QRS (ponto “J”), com ajustes baseados na frequência cardíaca (FC): Morfologia do Segmento ST A forma do segmento ST fornece importantes pistas diagnósticas: Imagem obtida do Livro: Ergometria Exemplos Práticos do Dr. Leonardo Felipe Benedeti Marinucci. Magnitude do Segmento ST A magnitude do desnível do segmento ST pode indicar positividade e fornecer informações prognósticas: Momento das Alterações O momento do surgimento do desnível de ST também impacta o prognóstico: Limitações da Interpretação do ST Algumas condições podem dificultar ou limitar a interpretação do segmento ST: Critérios de Sgarbossa Modificados Em presença de BRE, os critérios de Sgarbossa modificados devem ser aplicados para definir supra de ST. Esses critérios são cruciais para melhorar a acurácia diagnóstica em cenários desafiadores. Outros Aspectos do ECG que Limitam a Definição de Isquemia Além das limitações citadas, é importante considerar: Conclusão A interpretação do segmento ST no exercício é uma ferramenta poderosa, mas exige atenção aos detalhes para evitar armadilhas diagnósticas. Compreender a linha de base, morfologia, magnitude e contexto das alterações é essencial para fornecer um diagnóstico preciso e melhorar o prognóstico do paciente. Palavras-chave: segmento ST, ECG, isquemia, bloqueio de ramo, teste ergométrico, critérios de Sgarbossa, frequência cardíaca. Quero aprender mais

Respostas Hemodinâmicas no Teste Ergométrico

Meu nome é Guilherme Adami, sou médico do esporte e professor, com experiência na interpretação de exames cardiológicos e no manejo de condições cardiovasculares em atletas e pacientes em geral. A eletrocardiografia é uma ferramenta essencial na prática clínica, e compreender os diferentes padrões das taquiarritmias pode ser decisivo para um tratamento adequado. Se você deseja aprofundar seus conhecimentos sobre arritmias, medicina esportiva e cardiologia aplicada ao exercício, confira meus cursos completos clicando no botão abaixo. Quero aprender mais Respostas Hemodinâmicas no Teste Ergométrico A avaliação da pressão arterial (PA) e da resposta cronotrópica durante o exercício é fundamental para monitorar a segurança e o desempenho cardiovascular. Este artigo explora contraindicações, critérios de interrupção, padrões de recuperação, e índices importantes para análise, otimizando o entendimento com base em evidências. Contraindicações Relativas à Pressão Arterial Critérios de Interrupção do Exercício Nota: O ponto de corte para PA normal em repouso é 140/90 mmHg. Hiper-reatividade da Pressão Arterial A hiper-reatividade é caracterizada por elevações excessivas da PA. Critérios sugeridos incluem: Recuperação Lenta da Pressão Arterial Aumento Paradoxal da Pressão Arterial Resposta Cronotrópica no Exercício Limiares de Resposta Incompetência Cronotrópica Fórmula do Índice Cronotrópico:(FC pico – FC repouso) / (FC máxima estimada pela idade – FC repouso) Recuperação Lenta da Frequência Cardíaca Comportamento Deprimido da Pressão e Hipotensão Nota: Comportamento deprimido pode ser normal em crianças, mulheres e adolescentes. Duplo Produto Conclusão A análise da pressão arterial e da resposta cronotrópica oferece insights essenciais para a avaliação cardiovascular durante o exercício. Estabelecer critérios claros para interrupção, padrões de recuperação e limiares cronotrópicos é fundamental para garantir a segurança e otimizar o desempenho. Palavras-chave: pressão arterial, resposta cronotrópica, exercício, hipertensão, avaliação cardiovascular. Quero aprender mais

Anticoncepcional engorda? Entenda a relação entre a “pílula” e o ganho peso!

A questão “anticoncepcional engorda?” é bastante comum e cercada de mitos. Antes de tudo, é importante compreender que o anticoncepcional é um método contraceptivo cujo objetivo principal é evitar a gravidez, atuando por meio do controle dos níveis hormonais. No entanto, não há um tipo único de anticoncepcional: existem diversas formulações e formas de uso, cada uma delas com características próprias e potenciais efeitos distintos sobre o organismo, incluindo a influência no peso. Neste texto, focaremos especificamente nos anticoncepcionais orais, analisando evidências científicas e ressaltando pontos fundamentais para que você faça a melhor escolha de acordo com seu perfil. Em outros posts abordamos métodos diferentes, como DIU, implantes, injeções, adesivos e anéis vaginais, pois compreendemos que cada opção requer atenção individualizada. É importante lembrar que a definição do método contraceptivo ideal deve ser feita em conjunto com um médico de confiança, respeitando a individualidade e as necessidades de cada paciente. Se você busca uma avaliação médica especializada para identificar o anticoncepcional mais adequado ao seu caso e, assim, manter o equilíbrio entre saúde, bem-estar e controle do peso, posso ajudar.  Sou Guilherme Adami, médico, residente em Medicina do Esporte pelo HCFMUSP e especialista no tratamento para perda de peso. Atendo presencialmente em São Paulo e também online em todo o Brasil. Agende sua consulta Abaixo, você encontrará o sumário do post com todos os tópicos que iremos abordar: Sumário 1. O que é o anticoncepcional oral e como ele funciona? Os anticoncepcionais orais, popularmente conhecidos como pílulas, são medicamentos utilizados para prevenir a gravidez. Eles podem conter um ou dois tipos de hormônios: apenas progesterona ou uma combinação de progesterona e estrogênio.  Esses hormônios atuam modulando o ciclo hormonal feminino, mantendo níveis constantes no organismo e, assim, impedindo a ovulação. Sem a liberação de um óvulo, não há possibilidade de fecundação, tornando o método eficaz na prevenção da gestação. Agende sua consulta 1.1. O ciclo hormonal feminino e a função dos hormônios Como mostrado na imagem acima, o organismo feminino possui um ciclo hormonal complexo e dinâmico, com variações nos níveis de estrogênio e progesterona ao longo do mês. O estrogênio desempenha um papel essencial no desenvolvimento das características sexuais femininas e na preparação do endométrio para uma possível gestação, enquanto a progesterona contribui para a manutenção do endométrio e regula o ciclo, garantindo condições ideais para a fertilização e gravidez. O uso de anticoncepcionais modifica esse ciclo natural, mantendo os níveis hormonais mais estáveis. Essa regulação impede a ovulação e, consequentemente, a gravidez. Embora o objetivo principal do anticoncepcional seja inibir a ovulação, seus efeitos vão além. Essa alteração hormonal pode causar diversas mudanças no corpo feminino, como a redução das cólicas menstruais, o controle de irregularidades no ciclo, alterações no apetite, variações no humor, mudanças na libido e, em algumas mulheres, modificações no peso corporal. Esses efeitos dependem tanto da composição do anticoncepcional quanto das características individuais de cada paciente. Agende sua consulta 1.2. Os componentes dos anticoncepcionais orais e como eles impactam o corpo Os anticoncepcionais orais, em sua maioria, são compostos por dois tipos de hormônios: o estrogênio e a progestina. O estrogênio presente nesses medicamentos é quase sempre o etinilestradiol, que não está associado ao ganho de peso, enquanto a progestina varia conforme o tipo de anticoncepcional. Essa combinação hormonal é o que define grande parte dos efeitos e características das pílulas. Então o anticoncepcional engorda? É importante destacar que nenhum anticoncepcional contém calorias, ou seja, por si só, ele não causa ganho de peso diretamente. No entanto, algumas progestinas estão associadas ao aumento de peso devido à retenção de líquidos ou a alterações no apetite, efeitos que podem variar de acordo com a composição hormonal e as características individuais de cada mulher. 2. As gerações de progestinas e seus impactos no organismo feminino As progestinas foram desenvolvidas com o objetivo de inibir a ovulação e trazer maior eficácia aos anticoncepcionais, ao mesmo tempo em que minimizam efeitos colaterais. Inicialmente, as pílulas utilizavam progestinas de primeira geração, como a noretisterona. Embora funcionais, essas primeiras versões estavam associadas a efeitos adversos, como retenção de líquidos, alterações de humor e ação androgênica, que podia resultar em acne e aumento da oleosidade da pele. Com os avanços nas pesquisas, novas gerações de progestinas foram criadas, incluindo as de segunda, terceira e quarta gerações. Cada uma delas apresenta perfis específicos de ação e diferentes impactos no organismo, influenciando aspectos como peso, retenção de líquidos, pele e bem-estar emocional. Essas variações nos componentes dos anticoncepcionais orais são essenciais para entender como cada tipo de pílula funciona e seus efeitos no corpo. Nos próximos tópicos, serão exploradas as características das progestinas e como elas influenciam no peso feminino. Agende sua consulta 3. Anticoncepcionais associados ao ganho de peso: Entre as progestinas utilizadas nos anticoncepcionais, algumas estão mais frequentemente associadas ao ganho de peso. Isso pode ocorrer devido a dois mecanismos principais: o aumento do apetite, que leva a uma maior ingestão calórica, e a retenção de líquidos, que pode causar inchaço e aumento transitório de peso corporal. Esses efeitos variam de acordo com a composição hormonal do medicamento e a sensibilidade individual de cada paciente. 3.1. Acetato de medroxiprogesterona (Depo-Provera; Contracep; Depo-Clinovir) causa ganho de peso? O acetato de medroxiprogesterona, mais conhecido pela sigla DMPA, é um progestágeno geralmente utilizado em anticoncepcionais injetáveis de aplicação trimestral.  Essa progestina é frequentemente associada ao ganho de peso, principalmente em usuárias que relatam aumento do apetite após o início do uso. Além disso, ela também pode causar retenção de líquidos, contribuindo ainda mais para o aumento do peso em algumas mulheres. Apresentações comerciais O DMPA é encontrado em anticoncepcionais injetáveis de uso trimestral, como: Depo-Provera Contracep Depo-Clinovir E por via oral com o nome Provera. Agende sua consulta 3.2. Acetato de megestrol causa ganho de peso? O acetato de megestrol é uma progestina menos comum em anticoncepcionais, mas amplamente utilizada em contextos específicos, como terapias de preservação da fertilidade para hiperplasia endometrial atípica complexa e câncer de endométrio. Ele está associado a um ganho

É possível curar a diabetes sem tomar remédios?

A diabetes tipo 2 afeta milhões de pessoas ao redor do mundo e, tradicionalmente, seu tratamento é feito com o uso de medicamentos para controlar os níveis de glicose no sangue. No entanto, estudos recentes mostram que pode ser possível reverter ou “curar” o diabetes tipo 2 sem o uso de remédios, através de intervenções focadas na perda de peso. Mas como isso funciona? Vamos explorar essa questão com base nas últimas evidências científicas. O que é remissão do diabetes? Antes de entender se é possível “curar” a diabetes sem remédios, é importante entender o conceito de remissão do diabetes. Remissão é quando os níveis de glicose no sangue retornam ao normal (ou próximos do normal) e a pessoa consegue manter esse controle sem o uso de medicamentos antidiabéticos. Isso não significa que a pessoa está completamente “curada” da diabetes, pois, sem o manejo adequado, a doença pode voltar. A relação entre o peso e o diabetes tipo 2 A diabetes tipo 2 está fortemente associada ao excesso de peso e à gordura visceral, especialmente a que se acumula no fígado e no pâncreas. Essa gordura interfere na capacidade do corpo de produzir e usar a insulina de maneira eficaz, levando ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Estudos mostram que a perda de peso significativa pode reduzir esses depósitos de gordura, permitindo que o corpo volte a regular a glicose de maneira mais eficaz. O estudo DiRECT: evidências para a remissão do diabetes sem remédios O estudo DiRECT (Diabetes Remission Clinical Trial) forneceu fortes evidências de que a remissão do diabetes tipo 2 pode ser alcançada sem o uso de medicamentos. O estudo foi conduzido em clínicas de atenção primária na Escócia e na Inglaterra, e envolveu 306 indivíduos com diabetes tipo 2 recente (diagnosticados nos últimos seis anos) e com sobrepeso ou obesidade. Metodologia Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos: Os medicamentos antidiabéticos dos participantes do grupo de intervenção foram suspensos no início do estudo, e a remissão foi definida como níveis de HbA1c (hemoglobina glicada) abaixo de 6,5% sem o uso de qualquer medicamento antidiabético por pelo menos dois meses. Resultados do estudo Os resultados foram impressionantes: Esses achados mostram que a perda de peso significativa, especialmente nas fases iniciais da diabetes tipo 2, pode levar à remissão da doença e permitir que as pessoas parem de tomar medicamentos. Quantas pessoas permanecem em remissão do diabetes após 5 anos? O estudo DiRECT trouxe resultados promissores sobre a possibilidade de remissão do diabetes tipo 2 através de uma intervenção intensiva de perda de peso. No entanto, manter essa remissão a longo prazo apresentou desafios significativos. Após o primeiro ano do estudo, 46% dos participantes no grupo de intervenção atingiram a remissão do diabetes. Isso representou uma vitória significativa para os pacientes que conseguiram reduzir seus níveis de glicose no sangue sem o uso de medicamentos antidiabéticos. O que aconteceu após 5 anos? O acompanhamento de longo prazo revelou uma realidade mais complexa. Após cinco anos, apenas 11% dos participantes do grupo de intervenção que mantiveram o acompanhamento continuavam em remissão do diabetes. Embora a perda de peso tenha sido essencial para alcançar a remissão no início, a dificuldade em manter esse peso perdido ao longo dos anos foi um fator crítico para o retorno dos níveis de glicose no sangue a padrões diabéticos. Essa taxa de 11% reflete o desafio de manter hábitos saudáveis e um peso corporal adequado por um longo período. Aqueles que experimentaram reganho de peso viram o retorno da condição, mesmo após uma remissão inicial bem-sucedida. Portanto, o sucesso inicial na perda de peso e remissão do diabetes requer um compromisso contínuo com o estilo de vida saudável para garantir resultados duradouros. Por que é difícil manter a remissão? A chave para a remissão está na manutenção da perda de peso. No entanto, o reganho de peso ao longo do tempo foi observado em muitos participantes. Este fenômeno é comum em intervenções de perda de peso e demonstra a importância de programas de suporte contínuo. Os dados mostram que, embora a remissão seja alcançável, mantê-la depende de um acompanhamento prolongado e de uma abordagem sustentável para alimentação e atividade física. Conclusão Embora os resultados do estudo DiRECT mostrem que a remissão do diabetes tipo 2 sem o uso de medicamentos é possível, o acompanhamento de cinco anos sugere que manter a remissão é o verdadeiro desafio. Com apenas 11% dos participantes em remissão após cinco anos, fica claro que a perda de peso e o suporte contínuo são fundamentais para o sucesso a longo prazo. Portanto, alcançar a remissão é apenas o começo — o foco deve estar em manter os hábitos que sustentam essa conquista ao longo do tempo. Referências: doi: 10.1016/ S2213-8587(23)00385-6 doi: 10.1016/S0140-6736(17)33102-1

Se pesar todos os dias ajuda na perda de peso?

A prática de se pesar diariamente é frequentemente recomendada em programas de emagrecimento e manutenção de peso. No entanto, há preocupações sobre os potenciais efeitos negativos dessa prática, especialmente em relação ao impacto psicológico. Será que se pesar todos os dias traz benefícios para a perda de peso e sua manutenção a longo prazo? Vamos explorar as respostas fornecidas por estudos recentes, como o “STOP Regain”. O Estudo “STOP Regain” O estudo “STOP Regain” foi conduzido para avaliar o impacto da pesagem diária na manutenção da perda de peso. O foco principal era entender se pesar-se todos os dias ajudava a evitar o reganho de peso após uma dieta bem-sucedida e se essa prática poderia causar efeitos psicológicos negativos. Metodologia do Estudo Os pesquisadores recrutaram 314 participantes, todos eles haviam perdido pelo menos 10% do peso corporal nos últimos dois anos. A média de peso perdido foi de 19 kg. Os participantes foram divididos aleatoriamente em três grupos: A intervenção foi baseada na teoria da autorregulação, que incentiva os participantes a monitorar seu peso e ajustar seus comportamentos alimentares e de atividade física com base nos resultados da pesagem diária. Como os Pacientes Foram Orientados Os participantes foram instruídos a se pesar diariamente e a ajustar sua dieta e exercícios conforme necessário. Eles receberam uma balança e foram orientados a usar a pesagem como uma ferramenta de controle, semelhante a um termômetro, para avaliar se mudanças em seu comportamento eram necessárias. Dependendo do peso registrado, os participantes eram colocados em três “zonas”: Resultados: A Pesagem Diária Funciona? Após 18 meses de acompanhamento, o estudo revelou que a pesagem diária estava fortemente associada a melhores resultados na manutenção do peso: E os Efeitos Psicológicos? Uma preocupação comum sobre a pesagem diária é que ela possa gerar ansiedade ou comportamentos alimentares desordenados, como compulsão alimentar ou depressão. No entanto, o estudo “STOP Regain” não encontrou evidências de efeitos negativos da pesagem frequente. Pelo contrário, os participantes que se pesavam diariamente apresentaram: Conclusão: Pesagem Diária é Benéfica? Os resultados do estudo “STOP Regain” sugerem que a pesagem diária é uma ferramenta eficaz para a manutenção da perda de peso. A prática de se pesar todos os dias permite que os participantes façam ajustes rápidos em seus comportamentos alimentares e de atividade física, prevenindo o reganho de peso. Além disso, não houve evidências de que essa prática cause efeitos psicológicos negativos. Pelo contrário, aqueles que se pesaram diariamente tiveram melhor controle alimentar e menos episódios de compulsão. Portanto, se você está em um processo de manutenção do peso ou deseja evitar o reganho, se pesar diariamente pode ser uma estratégia simples e eficaz para manter os resultados a longo prazo. Referências: Se pesar diariamente pode ser uma ferramenta poderosa na manutenção do peso, desde que utilizada de forma consciente e sem obsessão. Ao integrar a pesagem com ajustes saudáveis na alimentação e atividade física, é possível manter a trajetória de sucesso na perda de peso a longo prazo.

Qual o melhor tipo de exercício para diabéticos?

Em indivíduos com diabetes, diferentes tipos de exercício podem ter impactos variados no controle glicêmico.Para diabetes tipo 1, o exercício resistido parece oferecer reduções mais prolongadas na glicemia pós-exercício em comparação com o exercício aeróbico. Estudos mostraram que o exercício resistido resulta em uma melhora mais sustentada no controle glicêmico, com menos declínio inicial na glicose no sangue durante a atividade, mas reduções mais prolongadas depois.[1-2] Além disso, exercícios aeróbicos e de resistência combinados podem fornecer controle glicêmico superior em comparação com qualquer modalidade sozinha.[3] Para diabetes tipo 2, por exemplo, o American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda exercícios aeróbicos e de resistência combinados, pois demonstrou produzir maiores reduções nos níveis de HbA1c em comparação com qualquer tipo de exercício sozinho.[4] Isto é apoiado por meta-análises que indicam que o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) e as modalidades de exercícios combinados são particularmente eficazes na redução dos níveis de HbA1c.[5] Em resumo, para o diabetes tipo 1, o exercício resistido pode oferecer um melhor controle glicêmico, enquanto para o diabetes tipo 2, o exercício aeróbico e de resistência combinado é recomendado para o gerenciamento glicêmico ideal. Quanto exercício é necessário? Para indivíduos com diabetes tipo 1 e tipo 2, a American Diabetes Association (ADA) fornece recomendações específicas sobre as quantidades mínimas e máximas de exercício necessárias para alcançar benefícios no controle glicêmico.Diabetes tipo 1: Para indivíduos com diabetes tipo 1 e tipo 2, o exercício pode impactar significativamente o controle glicêmico, e o manejo cuidadoso da ingestão de insulina e carboidratos é essencial para otimizar os benefícios e minimizar os riscos. Diabetes tipo 1: • Metas glicêmicas pré-exercício: o exercício não deve ser iniciado se os níveis de glicose no sangue estiverem muito altos (>300 mg/dL) ou muito baixos (<70 mg/dL).[1-2] • Ajustes de insulina: pode ser necessário reduzir ou suspender as doses de insulina antes do exercício. Para aqueles que utilizam bombas de insulina, as reduções temporárias da taxa basal podem ser eficazes. Para aqueles que recebem múltiplas injeções diárias, recomenda-se reduzir a dose de insulina em bolus pré-exercício.[1-2] • Ingestão de carboidratos: Carboidratos adicionais podem ser necessários se os níveis de glicose pré-exercício forem <90 mg/dL. A ingestão de carboidratos deve ser individualizada com base na intensidade e duração do exercício.[1-2] • Gerenciamento pós-exercício: monitorar os níveis de glicose após o exercício é crucial devido ao risco de hipoglicemia retardada. Insulina de ação curta pode ser necessária após o exercício se ocorrer hiperglicemia devido a atividades de alta intensidade.[1-2] Diabetes tipo 2: • Metas glicêmicas pré-exercício: semelhante ao diabetes tipo 1, o exercício não deve ser iniciado se os níveis de glicose no sangue estiverem fora da faixa de 80-250 mg/dL.[3] • Ajustes de insulina e medicação: Para aqueles que tomam insulina ou secretagogos de insulina, as doses de insulina pré-exercício devem ser reduzidas em 20-30% para exercícios prolongados (>60 minutos). A ingestão de carboidratos pode ser necessária para prevenir a hipoglicemia.[4-5] • Ingestão de carboidratos: a suplementação de carboidratos é recomendada se os níveis de glicose pré-exercício forem <90 mg/dL, especialmente se as doses de insulina não forem ajustadas.[5] • Gerenciamento pós-exercício: monitorar os níveis de glicose pós-exercício é importante para gerenciar o risco de hipoglicemia, especialmente para aqueles que tomam insulina ou secretagogos de insulina.[4-5] Recomendações Gerais: • Monitoramento: o monitoramento contínuo da glicose (CGM) ou verificações frequentes da glicemia antes, durante e após o exercício são recomendados para gerenciar a variabilidade glicêmica.[1-2] • Individualização: os regimes de exercícios e os ajustes de insulina devem ser individualizados com base na resposta do paciente a diferentes tipos e intensidades de exercício.[1-2][5] Essas estratégias, baseadas nas diretrizes da American Diabetes Association (ADA) e do American College of Sports Medicine (ACSM), ajudam a otimizar o controle glicêmico e garantir práticas seguras de exercícios para indivíduos com diabetes.[5-6] Para otimizar o controle glicêmico em diabéticos durante o exercício, é essencial ajustar a insulina e a ingestão de carboidratos de acordo com as recomendações da American Diabetes Association (ADA) e do American College of Sports Medicine (ACSM). Recomendações Pré-Exercício: 1. Glicemia Pré-Exercício: • Para níveis de glicose <100 mg/dL, recomenda-se a ingestão de até 15 g de carboidratos antes do exercício, especialmente para usuários de insulina ou secretagogos de insulina.[1] • Para níveis de glicose entre 90-250 mg/dL, o exercício pode ser iniciado sem ajustes adicionais.[2] 2. Ajustes de Insulina: • Reduzir a dose de insulina prandial para a refeição ou lanche antes do exercício pode ajudar a prevenir hipoglicemia.[2] • Usuários de bombas de insulina podem reduzir a taxa basal em 10-50% ou suspender a infusão por 1-2 horas durante o exercício.[2] Recomendações Pós-Exercício: 1. Ingestão de Carboidratos: • Após exercícios intensos ou prolongados, consumir 5-30 g de carboidratos dentro de 30 minutos após o exercício pode ajudar a prevenir hipoglicemia tardia e restaurar o glicogênio muscular.[1] • Para atividades de baixa a moderada intensidade, considerar a ingestão de 0,5-1,0 g de carboidratos/kg por hora de exercício, especialmente se houver hiperinsulinemia relativa.[2] 2. Ajustes de Insulina: • Reduzir a dose de insulina basal ou de ação prolongada em aproximadamente 20% após o exercício pode ajudar a reduzir o risco de hipoglicemia tardia.[2] • Para prevenir hipoglicemia precoce, uma redução de 25% na dose de insulina rápida pré-exercício e 50% na dose pós-exercício pode ser eficaz.[3] Monitoramento: • Monitoramento Frequente: Medir a glicose antes, durante e após o exercício é crucial para ajustar a ingestão de carboidratos e as doses de insulina conforme necessário.[2] Essas estratégias, baseadas nas diretrizes da ADA e ACSM, ajudam a otimizar o controle glicêmico e garantir a segurança durante a prática de exercícios em indivíduos com diabetes. References Referencias 1. Effect of Aerobic and Resistance Exercise on Glycemic Control in Adults With Type 1 Diabetes. Show Details Reddy R, Wittenberg A, Castle JR, et al. Canadian Journal of Diabetes. 2019;43(6):406-414.e1. doi:10.1016/j.jcjd.2018.08.193. 2. Resistance Versus Aerobic Exercise: Acute Effects on Glycemia in Type 1 Diabetes. Show Details Yardley JE, Kenny GP, Perkins BA, et al. Diabetes Care. 2013;36(3):537-42. doi:10.2337/dc12-0963.  Leading Journal  3. Effects of Acute Aerobic, Resistance and Combined Exercises on 24-H Glucose Variability and Skeletal Muscle Signalling Responses in Type 1 Diabetics. Show Details Minnock D, Annibalini G, Le Roux CW,

Tirzepatida e Obesidade: Uma Nova Alternativa para o Controle de Peso

Introdução A tirzepatida, um duplo agonista do receptor de GIP e GLP-1, está se tornando uma opção promissora para o controle de peso em adultos com obesidade ou sobrepeso, especialmente aqueles com comorbidades relacionadas ao peso. Seu regime posológico envolve uma injeção subcutânea semanal, com doses ajustáveis de 5 mg, 10 mg ou 15 mg. Regime Posológico O tratamento com tirzepatida começa com uma dose inicial de 2,5 mg, aumentando em incrementos de 2,5 mg a cada 4 semanas até alcançar a dose alvo. Este processo gradual, que leva cerca de 20 semanas, ajuda a minimizar os efeitos colaterais gastrointestinais comuns nesse tipo de tratamento. Eficácia na Perda de Peso Os ensaios clínicos destacam a eficácia significativa da tirzepatida na perda de peso: Esses resultados mostram que a tirzepatida proporciona uma perda de peso substancial e sustentada ao longo do tempo. Eventos Adversos Os eventos adversos mais comuns com o uso da tirzepatida são gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia e constipação. Esses efeitos são geralmente leves a moderados e ocorrem principalmente durante o período de ajuste da dose. Conclusão A tirzepatida se apresenta como uma opção eficaz para o controle de peso, com um regime posológico bem definido e resultados impressionantes na redução de peso. Apesar dos efeitos colaterais gastrointestinais, a perda de peso substancial e sustentada faz da tirzepatida uma alternativa valiosa no tratamento da obesidade. Referências

Estudo SELECT

O estudo SELECT, publicado no The New England Journal of Medicine, demonstrou que em indivíduos não diabéticos com obesidade e doenças cardiovasculares preexistentes, os, o semaglutido subcutâneo semanal numa dose de 2,4 mg foi superior ao placebo na redução da incidência de morte por causas cardiovasculares, enfarte do miocárdio não fatal, e, ou acidente vascular cerebral não fatal ao longo de um seguimento médio de 39,8 meses. Isso sugere que o semaglutida pode ter um papel na melhoria dos resultados cardiovasculares, o que poderia potencialmente se traduzir em aumento da sobrevida nessa população de pacientes. No entanto, o estudo mediu especificamente a incidência de eventos cardiovasculares como o desfecho primário, em vez de medidas diretas de mortalidade por todas as causas ou sobrevivência a longo prazo. Portanto, embora a redução dos eventos cardiovasculares seja um indicador positivo, o impacto direto do semaglutida na sobrevida global em indivíduos obesos não diabéticos ainda precisa ser totalmente elucidado. É importante notar que os eventos adversos que levaram à descontinuação permanente do medicamento experimental foram maiores no grupo semaglutido em comparação com o grupo placebo, o que indica que, embora o semaglutido possa conferir benefícios cardiovasculares, seu perfil de efeitos colaterais deve ser cuidadosamente considerado na tomada de decisão clínica. Referências 1. doi:10.1056/NEJMoa2307563.

Qual o Papel do Treino e da Dieta na Síndrome dos Ovários Policísticos?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma patologia complexa que cursa com alterações menstruais, androgênicas, metabólicas e até infertilidade. Sabemos que múltiplas vias bioquímicas fazem parte da fisiopatologia dessa condição, sendo a resistência insulínica associada à hiperinsulinemia pontos-chave em todo esse mecanismo. Diante disso, surge o questionamento: Qual o papel da dieta e atividade física na SOP? Uma metanálise publicada no ano passado avaliando 54 estudos observacionais envolvendo 39.471 mulheres em idade reprodutiva buscou responder se mulheres com SOP apresentam hábitos alimentares diferentes aquelas sem a patologia. O resultado encontrado pelos pesquisadores foi que as mulheres portadoras da SOP apresentam uma tendência a uma ingestão alimentar mais pobre, com menor qualidade da sua dieta, apresentando um maior consumo de gordura total, especialmente poli-insaturada, além de menor consumo de vitaminas e minerais, como ácido fólico, magnésio e zinco. Mas afinal, assim como maus hábitos podem predispor à SOP, o treino e a dieta poderiam auxiliar no tratamento dessa condição? Para começar a responder essa pergunta, quero te apresentar uma metanálise da Cochrane que buscou entender qual o papel das mudanças de hábito de vida no tratamento da SOP. A partir da análise dos artigos, os pesquisadores descobriram que uma perda de 5% a 10% do peso já foi suficiente para gerar melhora dos padrões metabólicos, reprodutivos e até mesmo psicológicos (depressão e ansiedade) relacionados à SOP. Além disso, a intervenção no estilo de vida pode melhorar inclusive a questão androgênica presente nessa patologia. Existem uma série de recomendações em relação ao padrão alimentar ideal em mulheres com SOP. De forma geral, o objetivo é utilizar uma dieta com baixo índice glicêmico que corrobore com a diminuição da resistência à insulina. Uma das alternativas mais estudadas é a dieta cetogênica, com limitação do consumo de carboidratos, sendo uma alternativa eficaz para essas mulheres. Mas afinal, além da alimentação, a atividade física também pode auxiliar no tratamento da SOP? Uma metánalise que buscou compreender o papel do treino de alta intensidade no tratamento da SOP nos mostrou que a realização de HITs (90 a 95% da FC máxima), gerou melhora metabólica significativa, cursando com diminuição da resistência à insulina e índice de massa corporal (IMC). De forma a complementar esses achados, outra metanalise recente evidenciou que atividades físicas intensos, realizados no mínimo 120 minutos por semana auxiliam na melhoria do padrão metabólico, diminuindo a resistência insulínica. Além disso, treinamentos de resistência, como a musculação, no longo prazo, apresentam ainda melhora dos sintomas androgênicos. Diante de tudo isso, fica claro o papel da mudança de estilo de vida em mulheres com SOP. Comente abaixo se você já teve alguma paciente ou conhece alguém que teve SOP e como a dieta e a atividade física foram incorporadas no tratamento! Referência https://doi.org/10.3390/nu13072452 https://doi.org/10.1093/humupd/dmac023 10.1371/journal.pone.0245023 doi:%2010.3389/fphys.2020.00606 10.1002/14651858.CD007506.pub4.