Semaglutida oral pode ser usada para o tratamento da obesidade? (OASIS 1)
A obesidade é um desafio crescente em nossa sociedade, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Diante dessa realidade, a busca por tratamentos eficazes e seguros para o gerenciamento do peso tem se tornado cada vez mais importante. Nesse contexto, a semaglutida oral surge como uma promissora opção terapêutica. A semaglutida é um análogo do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), que atua direcionando os receptores GLP-1. Esses receptores desempenham um papel crucial na regulação do apetite, controle glicêmico e metabolismo energético. Sua forma subcutânea, conhecida como Ozempic, já tem sido amplamente utilizada para o tratamento da obesidade. No entanto, surge uma importante questão: será que a semaglutida oral também é eficaz no combate à obesidade? Estudo OASIS 1 Recentemente, um estudo de fase 3 trouxe resultados promissores ao avaliar a utilização da semaglutida oral de 50 mg, administrada uma vez ao dia, em indivíduos sem diabetes e com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m², ou com IMC de pelo menos 27 kg/m², mas que apresentam complicações relacionadas ao peso corporal e comorbidades. Neste artigo, exploraremos os detalhes desse estudo e os resultados impressionantes alcançados com o uso da semaglutida oral. Além disso, discutiremos considerações importantes sobre a disponibilidade comercial da medicação e seu potencial como uma nova abordagem terapêutica no tratamento da obesidade. Acompanhe-nos nesta jornada em busca de conhecimento e reflexão sobre o impacto da semaglutida oral no manejo da obesidade. Quais foram os efeitos do uso da semaglutida oral para o tratamento da obesidade? Os resultados obtidos são impressionantes e podem trazer uma nova abordagem terapêutica para o tratamento dessas condições. Os participantes que receberam a semaglutida oral apresentaram uma redução média de peso de -15,1% em relação ao peso inicial, enquanto aqueles que receberam o placebo tiveram uma redução de apenas -2,4%. Além disso, um número significativamente maior de participantes tratados com semaglutida alcançou reduções de peso de pelo menos 5%, 10%, 15% e até 20% em comparação com o grupo placebo. É essencial ressaltar que a semaglutida oral foi bem tolerada pelos participantes do estudo. Embora tenham sido relatados eventos adversos, a maioria deles foi de natureza gastrointestinal e classificados como leves a moderados. No entanto, vale destacar que as apresentações comerciais da semaglutida disponíveis atualmente no Brasil chegam até 14 mg. No estudo clínico, a semaglutida oral de 50 mg foi avaliada. É importante que estejamos cientes dessa diferença entre a dose utilizada no estudo e as opções disponíveis atualmente no mercado. E você, já sabia do potencial dessa medicação para o tratamento dos seus pacientes? Comente aqui embaixo o que achou desse estudo!
Nitrato
Desvendando a verdade sobre a suplementação com nitrato: benefícios, riscos e como utilizar de forma segura A suplementação com nitrato tem sido cada vez mais estudada como um possível benefício para atletas e praticantes de exercícios físicos em geral. O nitrato é um composto presente em vegetais, como espinafre e beterraba, e é convertido em óxido nítrico no organismo. O óxido nítrico é um gás que ajuda a dilatar os vasos sanguíneos, melhorando a circulação e aumentando o fluxo de oxigênio para os músculos. No post de hoje, vou te contar o que os estudos com a suplementação com nitrato vem descobrindo, contar um pouco sobre quais são os maior benefícios, e como utilizar essa substância. Como a suplementação de nitrato atua em nosso corpo? Inicialmente, devemos entender que o nitrato é um composto químico naturalmente encontrado em diversos alimentos, como em vegetais folhosos (couve, alface e espinafre), e especialmente na beterraba. No organismo, o nitrato é convertido em óxido nítrico, uma substância que desempenha papéis vitais em nossa fisiologia. O óxido nítrico, resultante do metabolismo do nitrato, atua como vasodilatador, influenciando a função muscular ao regular o fluxo sanguíneo, contratilidade muscular, glicose, cálcio, homeostase e até mesmo biogênese mitocondrial. Diante dessa complexa atuação, o aumento dos níveis de óxido nítrico nos tecidos e circulação periférica melhora o transporte e captação de oxigênio pelos músculos, aumentando o desempenho durante o exercício. Como resultado, a suplementação de nitrato pode melhorar a eficiência do sistema cardiovascular, aumentando a capacidade de exercício, o tempo até a exaustão e a distância percorrida, reduzindo o “custo” de oxigênio durante o esporte. Diante disso, a sua suplementação beneficia especialmente modalidades que demandam resistência, como corrida, ciclismo e alguns esportes em grupo, como futebol, por exemplo.
Contrave
Contrave: a nova medicação aprovada pela ANVISA para o tratamento da obesidade O Contrave é uma nova opção para o tratamento da obesidade aprovada pela ANVISA. A medicação é uma combinação de Naltrexona e Bupropiona, indicada para adultos obesos ou com sobrepeso e com comorbidades relacionadas ao peso. O uso da medicação deve ser acompanhado de uma dieta hipocalórica e atividade física regular para um controle crônico do peso. Mecanismo de ação do Contrave O mecanismo exato da combinação de Naltrexona e Bupropiona que leva à perda de peso não é totalmente compreendido. Acredita-se que a associação entre a N/B atue sinergicamente no hipotálamo e no circuito mesolímbico de dopamina, promovendo maior saciedade, reduzindo a ingestão de alimentos e até mesmo aumentando o gasto de energia. Indicação do uso do Contrave O Contrave é indicado para o tratamento da obesidade em adultos obesos (IMC de 30 kg/m2 ou superior) ou adultos com sobrepeso (IMC de 27 kg/m2 ou superior) que tenham pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso (como hipertensão, diabetes tipo 2 ou dislipidemia). Para um controle crônico do peso, a medicação deve ser usada juntamente com uma dieta hipocalórica e atividade física regular. Como usar o Contrave A dose inicial recomendada é um comprimido de Contrave de 8mg de Naltrexona associada a 90mg de Bupropiona, tomado pela manhã. Na semana seguinte, um segundo comprimido deve ser adicionado à noite, e a dose deve ser aumentada semanalmente até atingir dois comprimidos duas vezes ao dia, totalizando 32 mg de naltrexona e 360 mg de bupropiona por dia. Quanto peso pode ser perdido com o Contrave? Uma meta-análise mostrou que a medicação pode levar a uma perda média de peso de 2,58 kg em um ano em comparação com o placebo. Também ficou evidenciado que o medicamentou aumentou a chance de perder até 10% do peso corporal em um ano em comparação com o placebo O uso do contrave é seguro? Em relação a segurança de uso, uma meta-análise realizada que avaliou 19.176 pacientes mostrou que a medicação não esteve associada ao aumento na incidência de grandes eventos adversos cardiovasculares, atuando inclusive na diminuição de alguns marcadores de risco cardíaco. Apesar disso, o uso de Contrave pode estar associado a outros efeitos colaterais, como náusea, vômito, constipação, dores de cabeça, tonturas, mudanças no humor, ansiedade e pensamentos suicidas. Associado a isso, a N/B é contraindicada para pessoas com histórico de convulsões, uso de IMAO, gravidas, lactentes e pacientes com hipertensão descontrolada. Conclusão sobre o Contrave A partir de tudo isso, vemos que, embora o Contrave seja uma nova opção para o tratamento da obesidade, deve-se ter em mente que sua eficácia na perda de peso é modesta, sendo inferior aos análogos de GLP-1, por exemplo. Já conhecia essa medicação? Então comenta aqui embaixo o que você espera dessa nossa nova opção para o tratamento da obesidade. Referências doi: 10.1111 / bcp.14210 PMID: 26957883 doi: 10.1002/oby.20309 DOI: 10.1111 / obr.13224
Hipotireoidismo está associado ao ganho de Peso?
Se você já ouviu falar em hipotireoidismo, provavelmente sabe que ele é frequentemente associado ao ganho de peso. Mas será que essa relação é realmente verdadeira? E até que ponto o hipotireoidismo pode contribuir para o aumento do peso? Neste artigo, vamos explorar essa questão e apresentar estudos que ajudam a esclarecer o papel da tireoide no controle de peso corporal. Você vai descobrir que, embora o hipotireoidismo possa afetar o gasto calórico diário, ele não é uma causa direta de obesidade e pode até causar um discreto aumento do peso devido à retenção de líquidos. Leia mais para entender melhor essa relação e desvendar alguns mitos sobre a tireoide e o peso corporal. Hipotireoidismo e gasto calórico: o que diz a ciência? Hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide não produz hormônios suficientes, o que pode afetar diversas funções do organismo, incluindo o metabolismo e o gasto calórico. Muitas pessoas acreditam que o hipotireoidismo é diretamente relacionado ao ganho de peso, no entanto, estudos recentes mostram que a relação entre o hipotireoidismo e a obesidade é relativamente discreta. Um estudo realizado com indivíduos hipotireoidianos avaliou o gasto calórico diário antes e um ano após o tratamento com levotiroxina, um hormônio sintético usado para substituir a falta de hormônios tireoidianos. Os resultados mostraram um aumento médio de 215 kcal/24h nos indivíduos tratados, que teoricamente poderia levar a um ganho de peso de quase 9 quilos por ano. No entanto, a análise da composição corporal pré e pós-tratamento revelou uma perda média de 4,3 kg, sendo que grande parte deste peso era devido à retenção de líquidos. Em resumo, o hipotireoidismo pode afetar o gasto calórico diário, mas sua relação com o ganho de peso é discreta e principalmente devido à retenção de líquidos. É fundamental buscar orientação médica para o diagnóstico e tratamento adequado da doença. Tireoidectomia total e peso: o que a ciência nos mostra? Para entender de forma mais adequada o papel do hipotireoidismo no aumento do peso, devemos analisar se os indivíduos com hipotireoidismo, tratados adequadamente, apresentariam alterações em seu peso. Para responder a essa pergunta, uma ótima forma é avaliarmos se os pacientes que realizaram uma tireoidectomia total apresentaram alterações em seu peso após o tratamento. Um estudo retrospectivo avaliou a variação do peso de 107 pacientes que realizaram tireoidectomia total e receberam reposição de hormônio tireoidiano para alcançar um estado eutireoideo. Após um ano de tratamento adequado, os pacientes com hipotireoidismo não apresentaram alterações significativas em seu peso. Esses resultados mostram que o tratamento adequado pode ajudar a manter o peso sob controle, mesmo em casos de remoção total da tireoide. É importante destacar que cada paciente é único e pode responder de maneira diferente ao tratamento. Portanto, é fundamental buscar acompanhamento médico e nutricional adequados para o gerenciamento eficaz do hipotireoidismo. Conclusão: desvendando a relação entre hipotireoidismo e peso corporal. Embora o hipotireoidismo seja comumente associado ao ganho de peso, estudos mostram que sua relação com o aumento de peso é relativamente discreta. Embora possa diminuir o gasto calórico diário, o hipotireoidismo não é uma causa direta de obesidade e está associado a um aumento discreto de peso, principalmente devido à retenção de líquidos. Além disso, pacientes que realizaram tireoidectomia total e receberam reposição de hormônio tireoidiano para alcançar um estado eutireoideo não apresentaram alterações significativas em seu peso. Portanto, compreender a relação entre hipotireoidismo e peso pode ajudar a desmistificar alguns equívocos comuns e auxiliar no tratamento adequado da doença.
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