Ultrassonografia Pode Prever Tendinopatias?

A dor nos tendões, como a tendinite patelar (“joelho do saltador”) ou a tendinopatia do tendão de Aquiles, é um problema comum entre atletas e praticantes de atividade física. Mas seria possível prever o surgimento dessa dor antes que ela aconteça, apenas com um exame de imagem?

Um estudo publicado em 2025 na Clinical Journal of Sport Medicine avaliou exatamente isso: se alterações na ultrassonografia (US) de tendões assintomáticos poderiam antecipar o risco de dor futura. A resposta é sim — com algumas considerações importantes.

O Estudo: O Que Foi Avaliado?

Os pesquisadores analisaram 16 estudos prospectivos com mais de 1900 tendões (810 de Aquiles e 1156 patelares) de atletas que não tinham dor no momento do exame. A ultrassonografia foi usada para identificar alterações estruturais, como espessamento, áreas hipoecoicas e neovascularização — características típicas de tendinopatia.

Esses atletas foram acompanhados por semanas ou até anos, para avaliar se desenvolveriam sintomas.

Principais Resultados

  • Quem apresentava alterações ultrassonográficas no tendão patelar tinha um risco 6 vezes maior de desenvolver dor.
  • Para o tendão de Aquiles, o risco era 4 vezes maior.

Ou seja, a presença de alterações estruturais na US aumenta significativamente o risco de dor futura, mesmo que o atleta esteja sem sintomas.

Mas Nem Todo Tendão Alterado Vai Doer

Apesar do risco aumentado, o estudo trouxe um alerta importante: a maioria dos tendões com alterações permaneceu assintomático.

Veja os números:

TendãoValor Preditivo Positivo (VPP)Valor Preditivo Negativo (VPN)
Patelar27,2%93,5%
Aquiles27,2%92,0%

Isso significa que:

  • Se o tendão parece normal no exame, a chance de que ele não desenvolva dor é alta.
  • Mas se ele mostra alterações, a maioria ainda não evolui para dor — o risco aumenta, mas não garante que haverá lesão.

Implicações para Atletas e Profissionais da Saúde

A ultrassonografia pode ser uma ferramenta útil para identificar atletas com maior risco, especialmente em esportes de alta carga como o vôlei ou o futebol. No entanto, não se justifica rastrear todos os atletas de forma indiscriminada, já que a maioria dos tendões alterados não irá apresentar dor.

Além disso, não há evidências sólidas de que intervenções (como fortalecimento excêntrico) realmente previnam a dor quando feitas com base apenas nesses achados.

O Que Fazer na Prática?

  • A US pode ser útil em atletas de alto rendimento ou em casos com histórico de dor prévia.
  • A interpretação deve ser feita em conjunto com fatores como carga de treino, biomecânica e histórico clínico.
  • Estudos futuros devem refinar a leitura da US (por exemplo, localização e tipo da alteração) e integrar outros dados clínicos para melhorar a capacidade preditiva.

Referência:

Cushman DM, Vomer R, Teramoto M, et al. Sonographic Assessment of Asymptomatic Patellar and Achilles Tendons to Predict Future Pain: A Systematic Review and Meta-analysis. Clin J Sport Med. 2025;35(1):13–22. DOI: 10.1097/JSM.0000000000001236

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